Bissau - O primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Carlos Gomes Júnior, disse hoje, em Bissau, que o governo que dirige ainda não obteve nenhuma prova ou qualquer processo judicial que acuse o envolvimento da chefia militar do país no tráfico de droga.
Em entrevista à Angop, Carlos Gomes Júnior precisou que já foram pedidas as provas aos países parceiros e certas organizações internacionais que fazem estas acusações, "mas o governo ainda não recebeu nenhuma prova para poder agir". O primeiro-ministro guineense reagia assim às reacções internas e externas sobre a nomeação de alguns desses generais acusados de tráfico de drogas para cargos de relevo nas Forças Armadas do país.
"Tudo quanto sabemos são informações não oficiais, prestadas por algumas personalidades, pela imprensa, internet, etc, mas não podemos agir com base em rumores", referiu "Cadogo", como é popularmente chamado o primeiro-ministro guineense.
Instado sobre o receio de assumir públicamente o facto, Carlos Gomes Júnior afirmou que "enquanto não surgir nenhum processo (judicial sobre o caso de envolvimento destes generais no tráfico de drogas) eles são livres e podem exercer normalmente as suas funções, desde que respeitem as instuições democraticamente eleitas no país".
"Não sou nenhum advogado de defesa e nem tenho medo dos militares, até porque tenho sido muito frontal, mas não podemos agir sem prova, para preservarmos a paz e a estabilidade", acrescentou.
Em relação ao protagonismo dos mesmos na rebelião de 1 de Abril, "Cadogo" disse ter sido igualmente vítima, quando foi detido e depois libertado, mas não apresentou nenhum processo judicial contra o general Indjai, para a salvaguarda da estabilidade.
Reconheceu que "são situações anómalas, mas o povo precisa de estabilidade e a Guiné-Bissau e os parceiros devem compreender que cada país tem os seus próprios problemas e saber as formas de ultrapassá-los".
Vários militares de alta patente, entre os quais o actual chefe de Estado-Maior, António Indjai, o comandante da Força Aérea, Papa Camará, e o agora reintegrado nas fileiras do exército, Bubo Natchuto, são acusados de tráfico de drogas pelos Estados Unidos e demais países e organizações internacionais.
As nomeações têm sido motivo de contestação por parte destes países e organizações internacionais.
Já agora este Doc: não é uma declaração assinada por um General?
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