Bissau, (Lusa) - O Movimento Patriótico da Guiné-Bissau, partido liderado por um pastor evangélico, ameaçou hoje que pode vir a impugnar judicialmente o processo do recenseamento eleitoral por "irregularidades premeditadas".
A ameaça foi feita hoje em conferência de imprensa do pastor Augusto Paulo, que serviu para denunciar "irregularidades e vícios já visíveis" no processo do recenseamento eleitoral iniciado a 01 de dezembro passado.
O partido diz que tem sido "quase que impossível" obter informações precisas no GTAPE (Gabinete Técnico de Apoio ao Processo Eleitoral), instituição do Governo que coordena o recenseamento, sobre o andamento do processo.
Volvidos 25 dias do recenseamento o Movimento Patriótico diz que desconhece o numero exato de pessoas já registadas, mesmo com pedidos de informações nesse sentido junto do GTAPE.
O líder do MP nota que os potenciais eleitores não sabem onde e como podem se recensear uma vez que "as mesas do recenseamento são mudadas constantemente" sem que haja informação concreta.
Augusto Paulo acusa ainda o Governo de transição de "manobras dilatórias" no sentido de adiar as eleições e desta forma "perpetuar o período de transição eternamente".
"É nossa convicção que existe alguma manobra intencional no sentido de prejudicar o processo eleitoral, viciando a expressão da vontade popular", observou Augusto Paulo, rejeitando qualquer possibilidade de ir às eleições "com estas irregularidades".
"Ir às urnas nestas circunstâncias, com uma grande maioria de potenciais eleitores de fora, significaria perpetuar o descalabro do país", frisou o líder do Movimento Patriótico, partido criado nos finais de 2013, integrado por membros da igreja evangélica e jovens recém-formados pela Faculdade de Direito de Bissau.
Perante o diagnostico feito, o Movimento Patriótico pondera impugnar judicialmente o processo eleitoral caso as "irregularidades" não forem corrigidas.
O partido avisa também que não vai aceitar que os prazos previstos na lei sejam encurtados como tem sido falado nos últimos dias no país, de forma a realizar as eleições no dia 16 de março próximo.
Devido ao facto de um número significativo de eleitores ainda por recensear o Governo de transição vai pedir a Assembleia Nacional Popular (ANP, Parlamento) que autorize o alargamento de dias do recenseamento e consequentemente o encurtamento de prazos previstos na lei para a afixação dos cadernos eleitorais.
MB // PJA
Lusa
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