Homens armados terão invadido uma delegação da ONU à procura do ex-primeiro-ministro, mas Dahaba Na Walna nega envolvimento das Forças Armadas. No entanto lança o aviso: “Ele que venha e viva por conta e risco”
Em entrevista ao portal de informação DW, o porta-voz do Estado Maior das Forças Armadas da Guiné-Bissau, general Dahaba Na Walna, referindo-se ao possível regresso do ex-primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior (foto), disse secamente: “Ele que venha e viva por conta e risco”. A afirmação do general está a ser entendida como uma ameaça velada ao ainda líder do PAIGC, afastado do poder pelo golpe de Estado de Abril de 2012.
Na mesma entrevista, o general golpista negou que as Forças Armadas tenham invadido as instalações das Nações Unidas na localidade de Buba, no sul da Guiné, em busca de Gomes Júnior, contrariando a versão posta a circular pela imprensa bissau-guineense. “Não foi autorizado pelo Estado-maior. Não me parece que seja possível que comandos regionais tomem decisão neste sentido”. No entanto, os relatos apontam para um grupo de homens armados que terá invadido de facto as instalações.
O general diz que o Estado-Maior já escreveu uma carta a Ramos-Horta, negando que tal tenha acontecido por ordem das chefias militares. “Não voltarei a me pronunciar sobre esta questão. Carlos Gomes Júnior pode voltar como qualquer cidadão. É cidadão deste país. Ninguém tem o direito de viver neste país mais do que Carlos Gomes Júnior. Ele que venha”, acrescentou ainda Dahaba Na Walna.
Segundo informações postas a circular pela imprensa local, o próprio representante do secretário-geral da ONU (e anterior presidente de Timor-Leste) teria sido revistado publicamente por agentes dos serviços de segurança.
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