quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Suspensas desde o golpe de Estado Empresa «Bauxite Angola» retoma actividades na Guiné-Bissau

Bissau - O Governo guineense retomou os contactos com a empresa «Bauxite Angola», com a finalidade de a firma reiniciar as suas actividades de exploração de minérios na Guiné-Bissau, no sector de Madina de Boé, região de Gabu, leste do país.


A empresa suspendeu os trabalhos devido ao golpe de Estado de 12 de Abril de 2012, que depôs o Governo, na altura liderado por Carlos Gomes Júnior.

O Primeiro-ministro Domingos Simões Pereira recebeu  terça-feira, 2 de Setembro, o Presidente do Conselho de Administração da «Bauxite Angola», Bernardo Campos.

Em declarações no final da audiência, Bernardo Campos admitiu que a sua empresa pensa investir mais de 500 milhões de dólares (cerca de 380 milhões de euros) na Guiné-Bissau, para alavancar a economia do país.

«Os investimentos que prevemos fazer no porto, nos caminhos-de-ferro, na estrada e na própria mina poderão ser superiores a 500 milhões de dólares», revelou.

«Estamos a falar de um investimento intensivo que permitirá alavancar a economia nacional, portanto, o investimento será muito superior», reiterou Bernardo Campos.

De acordo com o responsável, estima-se que o porto de Buba, na região de Quinara, sul do país, em vez de ser um porto mineiro deverá ser um terminal comercial capaz de atender às necessidades de outros países como o Mali, que está «encravado» no norte de África.

O Presidente da «Bauxite Angola» referiu que devem ser retomados os trabalhos, de forma a permitir a viabilidade dos projectos minérios das proximidades, designadamente da fronteira com a República da Guiné-Conacri, com um empreendimento de dimensão regional maior que a dimensão nacional.

Quanto às quotas que pertenciam aos dois países no período antes do golpe, o Governo quis renegociar o assunto, conforme disse Bernardo Campos, afirmando que as autoridades guineenses colocaram o assunto em questão, tendo o Executivo manifestado o desejo de adquirir maior parcela para engrossar a quota do Estado guineense.

«Nós mostrámos que as portas nunca estiveram fechadas. Naturalmente, as cedências das quotas têm contrapartidas financeiras. Não sei se é o momento apropriado para se retomar esta questão mas comercialmente é um assunto que sempre se coloca», sublinhou.

Bernardo Campos disse ainda que a retoma dos trabalhos no terreno depende da fase em que encontram os estudos de viabilidade que, neste momento, não requerem mais dados do terreno.

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