Os infectados por uma nova e mais agressiva estirpe do vírus VIH, descoberta na África Ocidental, desenvolvem sida mais rapidamente, concluíram investigadores da Universidade de Lund, na Suécia, que estudaram doentes na Guiné-Bissau.
Os indivíduos afectados por esta nova estirpe "desenvolvem sida no prazo de cinco anos", uma progressão "dois anos a dois anos e meio mais rápida" do que a verificada com outras estirpes, explicou Angelica Palm, uma das cientistas responsáveis pelo estudo, baseado no acompanhamento a longo prazo de doentes infectados com VIH na Guiné-Bissau.
Segundo o estudo, publicado esta quinta-feira no "Journal of Infectious Diseases", a nova estirpe, denominada A3/02, é uma combinação das duas formas mais comuns do VIH existentes na Guiné-Bissau e foi identificada pela equipa sueca pela primeira vez em 2011. Até agora, esta estirpe só foi descoberta na África Ocidental.
De acordo com os cientistas suecos, a velocidade com que o VIH evolui para sida não tem impacto na eficácia da medicação dos doentes infectados.
"A boa notícia é que, tanto quanto sabemos, os medicamentos hoje disponíveis são igualmente eficazes para todos os diferentes subtipos e variantes do vírus", referiu Angelica Palm.
O problema é que, geralmente, as novas estirpes são mais agressivas do que as anteriores, sobretudo quando resultam de uma combinação entre estas, e acarretam um risco de propagação rápida, sobretudo em zonas com elevados fluxos migratórios, como a Europa e os Estados Unidos.
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, mais de 35 milhões de pessoas em todo o mundo vivem com o vírus VIH, que destrói o sistema imunitário. Desde que a sida foi identificada, no início da década de 1980, mais de 25 milhões de pessoas já morreram.
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