por Lusa Ontem
O governo de transição da Guiné-Bissau conta recensear 800 mil eleitores no país e na diáspora, disse hoje à agência Lusa o ministro da Administração do Território, Batista Té.
O número previsto supera em 200 mil o número de eleitores que está registado desde o último recenseamento, realizado em 2008, com cerca de 600 mil pessoas nos cadernos eleitorais.
Batista Té falava à Lusa depois de o presidente de transição ter assinado, na sexta-feira, o decreto que adia as eleições gerais (legislativas e presidenciais) de 24 de novembro para 16 de março de 2014.
"O governo de transição conta recensear 800 mil potenciais eleitores no país e na diáspora", durante o processo que vai decorrer de 1 a 21 de dezembro, referiu Batista Té.
De acordo com aquele responsável, "mais de três mil pessoas vão estar mobilizadas no recenseamento que deve arrancar, impreterivelmente, no dia 01 de dezembro".
O presidente de transição, Serifo Nhamadjo, será o primeiro a ser registado e receberá o cartão número 1, acrescentou.
Batista Té adiantou à Lusa que 200 "kits" (conjuntos) de equipamento para registar os eleitores devem chegar nos próximos dias à Guiné-Bissau.
Cada conjunto inclui computador portátil, máquina fotográfica, equipamento para leitura das impressões digitais, equipamento de códigos de barras e um gerador, por forma a permitir realizar o recenseamento em qualquer ponto do país.
O equipamento "foi fabricado nos Estados Unidos da América" e vai chegar a Bissau "num avião cargueiro fretado pelo governo de Timor-Leste", no âmbito do apoio daquele país ao processo eleitoral.
"Timor-Leste está aqui de corpo e alma para nos ajudar" e decidiu financiar "a parte do orçamento destinado à compra dos materiais eleitorais", acrescentou.
Aquele país mantém em Bissau uma delegação de 21 elementos composta por técnicos, chefiada pelo secretário de Estado da descentralização e pelo diretor adjunto da Comissão Nacional de Eleições timorense.
O processo eleitoral (incluindo o recenseamento) está orçado em cerca de 14 milhões de euros e já foi considerado exagerado por Ramos-Horta, o representante especial da Organização das Nações Unidas (ONU) em Bissau.
Mas, para Batista Té, olhando "às necessidades do processo eleitoral, é errado dizer que o orçamento é exagerado".
"Muita gente fala sem conhecimento de causa", sublinha, acrescentando que as contas foram feitas "juntamente com técnicos das Nações Unidas", pelo que não consegue "compreender" as críticas.
O orçamento está coberto "através dos apoios de Timor-Leste, CEDEAO e União Europeia (UE)" e é o governo de transição que está a gerir as verbas, com exceção do dinheiro europeu, que foi entregue ao Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
A UE anunciou a atribuição de dois milhões de euros para o processo, mas Batista Té espera fazer as contas mais tarde, dado que o PNUD poderá ficar com "sete a oito por cento" dessa verba, no âmbito das condições de gestão da mesma, concluiu.
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