Bissau, 18/11 - O representante das Nações Unidas na Guiné-Bissau, José Ramos-Horta, apelou nesta segunda-feira aos políticos guineenses para procurarem um "equilíbrio" entre a amnistia para os autores do golpe de Estado de 2012 e o combate à impunidade.
Ramos-Horta falava à margem da abertura do novo ano legislativo na Assembleia Nacional Popular (ANP), que, entre outros pontos, vai debater uma lei de amnistia para os autores civis e políticos do último levantamento militar.
"Tem havido tantos atropelos à vida humana, à dignidade do ser humano na Guiné-Bissau" que "o projecto de lei de amnistia tem que ter em conta a percepção pela sociedade guineense perante a impunidade", afirmou Ramos-Horta.
Segundo o representante da ONU, o que a comunidade internacional defende na Guiné- Bissau é que não haja "impunidade, desrespeito pela integridade física e dignidade do ser humano".
Para Ramos-Horta é da competência dos órgãos de soberania guineense tomarem as decisões que possam "preservar a justiça, mas sem descurar o princípio da luta contra a impunidade".
"É preciso encontrar formas de sarar feridas, reunir a grande família guineense. É necessário o equilíbrio entre as exigências da justiça e a realidade política. Mas isto cabe aos líderes políticos", observou Ramos-Horta.
O responsável aproveitou a ocasião para enaltecer o facto de o presidente guineense de transição ter marcado a data das eleições gerais para 16 de Março de 2014, afirmando esperar que tal seja "uma realidade".
"Aplaudimos (a marcação da data das eleições) e aplaudo o discurso do presidente de transição, hoje (na ANP) que parece demonstrar total determinação em cumprir com todo rigor o calendário, para que as eleições sejam realizadas em Março", disse o representante da ONU na Guiné-Bissau.
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