sexta-feira, 8 de novembro de 2013

José Ramos-Horta visita vítimas de violência em Cumeré

Bissau - O Representante Especial do Secretário-geral das Nações Unidas e Chefe do Gabinete Integrado da ONU para a Consolidação da Paz na Guiné-Bissau (UNIOGBIS) visitou, a 6 de Novembro, os militares e polícias que foram vítimas de tortura no Centro de Instrução Militar de Cumeré.

A informação avançada através de comunicado de imprensa do UNIOGBIS, sobre os casos de tortura ocorridos entre Junho e Outubro de 2013, em Cumeré.


De acordo com a missiva, Ramos-Horta deslocou-se à Clínica Artemisa, onde encontrou Armando Pompo, de 51 anos de idade, pertencente à Brigada de Engenheira Militar.


O comunicado do UNIOGBIS indica que várias pessoas foram alvo de agressões, citando fontes familiares das vítimas: «O Diagnóstico médico mostra que ele foi gravemente ferido e corre risco de vida, necessitando de tratamento especializado», refere a nota, sublinhando que o Capitão Pompo e outros agentes do Ministério do Interior foram vítimas de espancamentos brutais que provocaram a morte de alguns e ferimentos em outros oficiais.


Neste sentido, o gabinete de Ban Ki Moon em Bissau indicou também que Ramos-Horta vai assumir, a título pessoal, os encargos médicos de Armando Pompo até à normalização do seu estado clínico, decisão justificada com a insuficiência de condições da assistência médica em Bissau.


O Representante Especial da ONU mostrou-se indignado perante os métodos de formação militar e policial no país, que ignoram completamente os princípios básicos do respeito pelos direitos humanos e pela dignidade dos formandos.


«De igual modo considerou absurdo, brutal e inconsistente a imposição deste tipo de formação, da qual fazem parte pessoas com idade avançada», lamentou, exortando o seu fim imediato.
«Neste sentido, exorta as autoridades de transição para que concedam as devidas compensações aos familiares das vítimas mortais e que assumam os custos de tratamentos médicos dos feridos», termina o comunicado.

O documento informa ainda que José Ramos-Horta ficou surpreendido com o facto de os oficiais de diversas categorias tenham sido submetidos a treino militar em Cumeré.

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