O presidente de transição da Guiné-Bissau, Serifo Nhamadjo, propôs aos partidos com assento parlamentar que as eleições gerais no país sejam adiadas para 23 de fevereiro ou 02 de março de 2014.
As datas foram avançadas durante conversações com os partidos no Palácio da República, referiram fontes partidárias.
Segundo as mesmas fontes, as forças políticas não se opuseram às datas propostas.
Manuel "Manecas" Santos, dirigente do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), a força mais votada na Assembleia Nacional Popular, disse no final do encontro que não tem "nenhuma objeção" à proposta de Nhamadjo.
"O que queremos são eleições justas, transparentes e que não sejam contestadas por ninguém", referiu.
Quanto à data, "quem marca é o presidente", sublinhou.
A segunda força mais representada, o Partido da Renovação Social (PRS), defende que as eleições devem realizar-se a 23 de fevereiro.
No entanto, "se a maioria preferir" o dia 02 de março, o PRS não se vai opor, disse o representante do partido, Sertório Bioté, no final do encontro.
Iaia Djaló pelo Partido da Nova Democracia (PND) e Afonso Té do Partido Republicano da Independência e Desenvolvimento (PRID) também aceitaram a proposta de Nhamadjo, com preferência pela "primeira semana de março" para a realização do escrutínio.
O líder do PND fez uma ressalva: disse que está na hora de clarificar "quem continua" no governo de transição "e quem será candidato", para não haver utilização de meios do Estado em campanha.
Vicente Fernandes, da Aliança Democrática (AD), foi o mais cauteloso nas declarações após o encontro com o presidente de transição.
"Temos que observar os prazos legais para evitar impugnações", alertou, lembrando tal já aconteceu no passado na Guiné-Bissau.
Em outubro, num encontro com membros do executivo de transição e outras entidades, representantes das forças partidárias e sociedade civil não se opuseram a um eventual encurtamento dos prazos estabelecidos nas leis eleitorais para acelerar a realização de eleições.
A Guiné-Bissau está a ser dirigida por um presidente e um governo de transição na sequência do golpe militar de 12 de abril de 2012.
A CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental) determinou que o período de transição devia terminar antes do final deste ano com a organização de eleições gerais, marcadas para dia 24.
No entanto, os atrasos no processo eleitoral vão obrigar ao adiamento do escrutínio.
O governo de transição anunciou na quinta-feira que o recenseamento eleitoral vai decorrer de 1 a 21 de dezembro.
Todo o processo eleitoral está orçado em 14,5 milhões de euros e vai ser financiado pela comunidade internacional, cabendo a maior fatia à CEDEAO.
Serifo Nhamadjo está desde o início da semana passada a realizar reuniões com diversas autoridades e forças vivas do país para decidir qual será a nova data das eleições gerais no país.
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