domingo, 14 de abril de 2013

ONU, UA, Cabo Verde e Brasil concertam-se para debate sobre crise guineense

Cidade da Praia - A ONU, União Africana (UA), Cabo Verde e Brasil concertaram sexta-feira, na Cidade da Praia, acções coordenadas para o debate sobre a crise política na Guiné-Bissau, que se realizará em Maio no Conselho de Segurança das Nações Unidas, em Nova Iorque.  

A ideia de concertação foi avançada pelo ministro das Relações Exteriores do Brasil, Antonio Patriota, que, no regresso de Lisboa, fez nova escala em Cabo Verde para se reunir com o representante especial do secretário-geral da ONU para a Guiné-Bissau, José Ramos-Horta, e o representante da UA no país, Ovídeo Pequeno, e com o homólogo cabo-verdiano, Jorge Borges. 

"Actualizamos os últimos desenvolvimentos para encontrar uma coordenação. É muito importante que os actores individuais e grupos regionais também se reforcem mutuamente numa estratégia de estabilização, de volta à plena vigência democrática na Guiné-Bissau e de promoção do progresso, paz, segurança e desenvolvimento económico da Guiné-Bissau", sublinhou o chefe da diplomacia brasileira.  

"Tudo tendo em conta que, dentro de um mês, mais ou menos, se realizará um debate sobre a Guiné-Bissau no Conselho de Segurança das Nações Unidas", salientou Patriota, o único dos quatro presentes na reunião de quase duas horas que falou à imprensa.  

O ministro brasileiro disse estar em curso uma "sintonia" entre as quatro partes envolvidas na reunião, que decorreu na Sala VIP do aeroporto da Cidade da Praia, sobretudo no que diz respeito à assinatura de um Pacto de Regime, elaboração de um calendário eleitoral, criação de um Governo inclusivo e à realização de eleições gerais antes do fim do ano.   

"Favorecemos a realização de eleições e o cumprimento de certas tarefas pelas autoridades de facto na Guiné-Bissau. Mas reitero que o importante aqui foi essa reunião de actualização e também a análise de quais seriam as próximas etapas no esforço de coordenação" entre a ONU, UE, UA e as comunidades dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e Económica dos Estados da África Ocidental (CPLP), referiu. 

Antonio Patriota já passou na quarta-feira por Cabo Verde, a caminho de Lisboa, tendo-se reunido, também no aeroporto da Cidade da Praia, com Ramos-Horta, para analisar a crise político-militar na Guiné-Bissau. 

Ramos-Horta e Ovídeo Pequeno, por seu lado, estão desde terça-feira na Cidade da Praia em contactos com Jorge Borges e com o presidente e com o primeiro-ministro de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca e José Maria Neves, respectivamente, a analisar também a crise guineense.  

O encontro dos dois representes especiais para a Guiné-Bissau com Patriota estava previsto para se realizar no Brasil, mas a coincidência da deslocação do ministro brasileiro a Portugal permitiu que, em duas pequenas escalas, a reunião se concretizasse na capital cabo-verdiana, de onde partem sábado de manhã para Bissau.

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