sexta-feira, 12 de abril de 2013

Forças Armadas acreditam na justiça dos EUA no caso Bubo Na Tchuto

Bissau- O porta-voz do Estado-Maior das Forças Armadas da Guiné-Bissau afirmou  (quinta-feira) acreditar na justiça norte-americana para um tratamento justo no processo do ex-chefe da Armada Bubo Na Tchuto, suspeito de tráfico de droga.


Falando à Agência Lusa no âmbito do balanço de um ano após o golpe de Estado que destituiu as autoridades eleitas, Daba Na Walna aproveitou para comentar que tudo o que se sabe até agora sobre a captura de Bubo Na Tchuto pelas autoridades norte-
americanas é através da imprensa.


"Acredito na justiça norte-americana. Se há país no mundo em que a justiça funciona com imparcialidade são os Estados Unidos e, como disse o governo, Bubo Na Tchuto terá um tratamento como qualquer um, terá o seu advogado para lhe garantir a
defesa. Vamos aguardar para ver o que vai ser", declarou Na Walna, frisando ser  prematuro tecer mais comentários. 

O porta-voz do Estado-Maior das Forças Armadas sublinhou que Bubo Na Tchuto já não fazia parte dos quadros desde que passou à reserva em Dezembro de 2011, na sequência de uma alegada tentativa de golpe de Estado de que seria autor.  

"Mas seja como for, como cidadão e como militar, não deixa de entristecer um pouco saber que o meu concidadão foi capturado por um outro país e seguramente será submetido à justiça nesse país", notou Na Walna. 

O oficial militar abordou igualmente a actual situação da Guineé-Bissau, destacando ser praticamente impossível realizar eleições gerais ainda este ano por falta de agenda nacional que balize o período de transição. 

Ao ser solicitada uma data excata para as eleições, Na Walna disse que prefere dizer o que o Presidente de transição, Serifo Nhamadjo, tem dito.


"Assumiria a posição do Presidente da República. Que não é apologista de uma transição 'ad eternum' (sem fim) mas também não é apologista de uma transição feita à pressa", disse Na Walna, atirando "as culpas" para a classe política por aquilo que
diz ser a estagnação geral do país.

"Trinta e nove anos já se passaram desde a independência, vejam o que o nosso país é. Isto é uma miséria. Digo isso francamente, quando oiço políticos a dizerem que são políticos, eu pergunto, mas qual a vossa experiencia política, que não se traduz em
bem-estar social do povo. O país está como está. A capital Bissau está com ruas esburacadas, isto não obstante o país ser rico em recurso minerais", disse o coronel. 

Para Na Walna é "um pingue-pongue" o exercício que se faz no país sobre as eventuais responsabilidades entre os políticos e os militares sobre a situação da Guiné-Bissau.  

O porta-voz do Estado-Maior citou como exemplo do ex-Primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior, que considera preferir uma "política de terra queimada" em vez de privilegiar o interesse nacional. 

Na Walna disse ter ficado perplexo quando ouviu Gomes Júnior a afirmar que se for  eleito Presidente da República não irá respeitar os acordos assinados pelo actual governo de transição. 

Quanto aos países lusófonos com os quais as autoridades de transição praticamente não falavam desde o golpe de Estado, o porta-voz do exército guineense enalteceu que "paulatinamente" as portas se estão a abrir de novo.


E disse que a Guiné-Bissau "nunca cortou as relações" com Angola, com Portugal e com a Comunidade de Países de Língua Portuguesa no seu todo.

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