sexta-feira, 5 de abril de 2013

Companhia cabo-verdiana TACV cancela voo para a Guiné-Bissau devido a rumores de instabilidade

Cidade da Praia, 04 abr (Lusa) -- A companhia aérea cabo-verdiana TACV cancelou o voo de quarta-feira para Bissau, devido a rumores de instabilidade na Guiné-Bissau, disse hoje à Lusa fonte da empresa.

A fonte da transportadora aérea cabo-verdiana confirmou hoje à agência Lusa que o voo de quarta-feira entre a Cidade da Praia e Bissau foi cancelado devido a esses rumores.

Por seu lado, o primeiro-ministro de Cabo Verde afirmou hoje desconhecer qualquer novo foco de instabilidade na Guiné-Bissau.

"Não tenho conhecimento de nada", afirmou José Maria Neves, que regressou na quarta-feira a Cabo Verde após cerca de uma semana em visita aos Estados Unidos.

Os "rumores" de nova instabilidade na Guiné-Bissau foram hoje desdramatizados em Bissau pelo chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMGFA) guineense, general António Indjai, que responsabilizou o empresário holandês Jan Van Maanen, há mais de 30 anos no país, pela divulgação de informações falsas.

Em conferência de imprensa, Indjai disse que não há nada de anormal nos quartéis do país e na própria Guiné-Bissau e disse que o cidadão holandês Jan Van Maanen é que espalhou boatos sobre instabilidade.

"Não há nada de anormal nos quartéis. Não há nada. Podem ver aqui a presença de todos os oficiais, todos os comandantes de todos os ramos das Forças Armadas, para analisarmos em conjunto esses boatos que estão a circular no país", afirmou, indicando que tudo não passa de "boatos lançados por pessoas que não gostam deste país".

"Já apanhámos uma delas. É o senhor Jan (Van Maanen) da Mavegro (empresa de importação e exportação), ele é uma dessas pessoas que estão a lançar os boatos no país", afirmou Indjai, dando conta de uma conversa que afirma ter tido com o holandês que é cônsul honorário da Grã-Bretanha na Guiné-Bissau.

Na Cidade da Praia, também numa conferência de imprensa, José Maria Neves disse que a questão guineense foi um dos temas da conversa que manteve de manhã com o secretário executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Murade Murargy, que está desde sexta-feira em Cabo Verde.

Neves e Murargy, que não prestou declarações à saída, consensualizaram a ideia de que há um empenho "forte" da CPLP e que Cabo Verde mantém a posição de "tolerância zero" a quaisquer golpes de Estado que ponham em causa um país, aludindo implicitamente ao não reconhecimento das atuais autoridades guineenses saídas do golpe de Estado de abril de 2012.

"Terá de haver um diálogo interno num processo extremamente difícil. As eleições dependem da aprovação do Pacto de Regime e do Roteiro e só depois se poderá falar em eleições", disse Neves, escusando-se a comentar se as novas presidenciais e legislativas poderão realizar-se antes do final deste ano.

Na quarta-feira, em declarações aos jornalistas, Murargy afirmara a mesma ideia, realçando, tal como hoje fez José Maria Neves, o "grande emprenho" da CPLP, em colaboração com as Nações Unidas, União Europeia (UE), União Africana (UA) e Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) em encontrar soluções.

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