Na primeira volta das eleições presidenciais de Março passado o PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde) apoiou o presidente da estrutura, Carlos Gomes Júnior, mas Serifo Nhamadjo, também do partido, candidatou-se à revelia.
Esta terça-feira, apoiantes de Serifo Nhamadjo dirigiram-se à sede do partido, mas foram impedidos de entrar por outros militantes. A situação gerou alguns momentos de tensão, mas acabou por se resolver com a retirada dos primeiros.
Augusto Olivais, secretário nacional do PAIGC, acusou os apoiantes de Serifo Nhamadjo (actual primeiro vice-presidente da Assembleia Nacional) de não terem seguido as normas e não terem pedido a sede para dar uma conferência de imprensa.
"Isso não aconteceu, tínhamos medo de que fosse um plano para entrarem aqui e arranjar problemas. Disse aos militantes para os fazer afastar sem grande violência", disse Augusto Olivais, explicando que o grupo tinha pedido a suspensão do mandato até à publicação dos resultados eleitorais e que o que se passou esta terça-feira foi "um acto de indisciplina, de mostrar força".
Do "outro lado", Martinho Dafa Cabi disse à Lusa que não estava a violar os estatutos do partido e que o grupo apenas queria conversar.
"Íamos lá falar com a direcção do partido, porque urge a necessidade de falar com a direcção, por causa da situação do país. Não nos deixaram entrar, puseram lá jovens a empurrar e retirámos para evitar mais problemas", disse.
"Somos do PAIGC, vestimos a mesma camisola, só queríamos um encontro com os colegas para falar sobre a situação política do país e sentir que já estamos reintegrados", disse, acrescentando que os militantes que pediram a suspensão já escreveram ao partido na semana passada, a pedir para serem reintegrados.
"Continuamos a pedir uma reconciliação da família do PAIGC, nós não somos o problema, não somos golpistas e não somos violentos, eles sabem isso", disse Martinho Dafa Cabi, reafirmando que pretende "conversar" e que é importante que o partido fale "a uma só voz".
Um Comando Militar tomou o poder na Guiné-Bissau no passado dia 12 e prendeu o Presidente da República interino, Raimundo Pereira, e o primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior.
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