Porta-voz do Comando Militar diz que uma força estrangeira de interposição na Guiné-Bissau será considerada invasora porque o país "não se encontra em nenhuma guerra".
O porta-voz do Comando Militar que tomou o poder na Guiné-Bissau no passado dia 12 disse hoje que qualquer força estrangeira enviada para o país seria considerada pelos militares uma força invasora "porque o país não está em guerra".
Segundo o tenente-coronel Daba Na Walna, não se justifica o envio de uma força estrangeira "seja de interposição como de manutenção da paz" para a Guiné-Bissau porque "o país não se encontra em nenhuma guerra".
O porta-voz do Comando Militar guineense falava numa conferência de imprensa para "responder às declarações do Ministro dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau e do senhor Georges Chicoti (chefe da diplomacia angolana)", na quinta-feira, na sede das Nações Unidas.
"Guiné-Bissau está a procura de uma solução endógena"
"O envio de uma força para aqui, para nós será uma força de invasão. A Guiné-Bissau está a procura de uma solução endógena para os seus problemas", disse Nah Walna, criticando o posicionamento de Angola, de Portugal e do chefe da diplomacia da Guiné-Bissau, Mamadu Djaló Pires.
Para o porta-voz do Comando Militar, estas três entidades pretendem levar a comunidade internacional a assumir uma posição errada perante os problemas da Guiné-Bissau.
"Esperamos que o bom senso governe o mundo e que as Nações Unidas, ou o Conselho de Segurança não dê provimento a este pedido, porque na verdade uma força de manutenção de paz implicava necessariamente que o país estivesse em conflito, ou que houvesse uma guerra e tornasse necessária a intervenção da comunidade internacional no sentido da manutenção da paz", defendeu Daba Nah Walna.
"Nós temos aqui um gabinete da Uniogbis (gabinete integrado das Nações Unidas para a Consolidação da paz na Guiné-Bissau) que está para isso em representação das Nações Unidas no sentido da procura da paz para a Guiné-Bissau", afirmou o porta-voz do Comando Militar.
Daba Nah Walna voltou a acusar Angola de ter outros interesses na Guiné-Bissau "que não têm nada que ver com a ajuda", pelo que, assinalou, aquele país quer implantar uma força invasora no país "a coberto de uma força de manutenção da paz".
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