O ex-Presidente da República Portuguesa, Jorge Sampaio lamentou nesta terça-feira o golpe militar na Guiné-Bissau, condenando os "crimes trágicos" que são cometidos contra os guineenses num estado que "ainda está a percorrer os primeiros passos".
Em entrevista aos jornalistas à margem de um encontro sobre educação em Lisboa, o ex-chefe de Estado português disse estar a acompanhar com "muita preocupação" a situação na Guiné-Bissau, que está a ser controlada desde quinta-feira por um Comando Militar.
"Assim não vamos lá. Tenho muita pena pelo povo guineense que está sujeito sempre a um conjunto de intervenções e até de crimes que são lamentáveis do ponto de vista geral e trágicos porque assim se dá cabo de um estado, que ainda está a percorrer os primeiros passos", afirmou Jorge Sampaio.
O ex-chefe de Estado e um dos responsáveis pela criação da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) mostrou reservas quanto à facilidade de se resolver o conflito, mesmo através da intervenção da comunidade internacional.
"Eu espero que aquilo que a comunidade internacional está a procurar fazer e aquilo que Portugal e a CPLP têm dito e feito possa ser levado à prática. O que não é fácil porque de um lado estão armas e do outro não estão", recordou.
Sampaio lembrou que "passar a outro tipo de intervenção é muito difícil" e por isso espera "que as organizações internacionais, nomeadamente regionais e outras, possam ter uma actividade diplomática séria e que o bom senso volte por momentos".
A Guiné-Bissau está controlada desde quinta-feira por um Comando Militar, que desencadeou um golpe de Estado na véspera da campanha eleitoral para a segunda volta das eleições presidenciais, disputadas pelo primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, e Kumba Ialá, que no entanto se recusa a participar na votação.
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