O Presidente de transição da Guiné-Bissau, Serifo Nhamadjo, afirmou hoje que "já há dinheiro suficiente" para a realização de eleições gerais numa data a ser marcada pelas forças vivas guineenses "na próxima semana".
Em declarações aos jornalistas, vindo de Dacar, onde participou numa cimeira extraordinária da CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental), que terminou na sexta-feira, Nhamadjo afirmou que "mais do que o orçamento" o financiamento para as eleições está garantido.
Questionado pela agência Lusa sobre se o dinheiro de que fala seriam 19 milhões de dólares, como noticiado pela imprensa, o Presidente de transição guineense respondeu que apenas pode dizer ser mais do que foi orçamentado pelo Governo de Bissau.
Em declarações à Lusa, na sexta-feira, o representante do secretário-geral das Nações Unidas na Guiné-Bissau, José Ramos-Horta considerou "inflacionado" o orçamento previsto para as eleições, que segundo disse, seriam 20 milhões de dólares.
Já na quarta-feira, a União Europeia havia disponibilizado dois milhões de euros para o processo eleitoral guineense.
Sobre a data concreta para a realização do escrutínio, e por que tecnicamente não será possível realizá-lo no dia 24 de novembro, Serifo Nhamadjo disse que primeiro vai reunir-se com "as forças vivas" e só depois anunciar uma nova data.
O Presidente disse que vai convocar o conselho de Estado na terça-feira, na quarta presidirá ao conselho de ministros "para ouvir as disposições técnicas do Governo" e na quinta-feira vai ouvir os partidos políticos.
Nhamadjo disse estar "muito tentado" a aguardar para anunciar a data exata depois de quinta-feira, frisando também que todos os prazos previstos pela lei eleitoral guineense serão respeitados.
O Presidente guineense sublinhou que a questão do dinheiro "já não poderá ser desculpa" para que as eleições não tenham lugar.
"A posição que a CEDEAO tomou, em termos do orçamento, já cobre todas as necessidades, desde o recenseamento eleitoral, sensibilização dos eleitores e as eleições em si", afirmou Serifo Nhamadjo.
A Guiné-Bissau é dirigida pelas autoridades de transição desde o golpe de Estado de 12 de abril de 2012, protagonizado pelo chefe das Forças Armadas, general António Indjai.
A comunidade internacional, à exceção da CEDEAO, suspendeu a cooperação com o país, exigindo o retorno à ordem constitucional a partir de eleições gerais justas e transparentes.
MB // NS
Agência Lusa
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