Bissau – O Procurador-geral da República (PGR), Abudu Mane, questionou, o facto de os militares e paramilitares assassinarem um cidadão chinês e ninguém tenha coragem de falar sobre o assunto.
Abudu Mane fez a observação durante a cerimónia de encerramento do III Fórum sobre a Justiça Criminal - sua utilidade na defesa da ordem socioeconómica e política.
O PGR reconheceu ainda que existe uma crise na justiça guineense, que deve ser assumida, questionando depois a morte do cidadão e dizendo que ninguém se pronunciou sobre o caso.
Abdu Mane lembrou igualmente o acontecimento de 8 de Outubro, que culminou na morte de um cidadão nigeriano, cujos suspeitos estão também em prisão preventiva, revelou o PGR.
«Hoje são cidadãos nigerianos, amanha serão os fulas de Gabu, e depois nós», disse Abdu Mane, acrescentando que se trata de uma luta desigual entre a Justiça e os criminosos.
Ibraima Sory Djalo, Presidente da Assembleia Nacional Popular (ANP), que presidiu a cerimónia de encerramento da reunião, convidou os profissionais da justiça para a apresentação anual do relatório das realizações.
No encontro os participantes recomendaram, entre outros aspectos, a devolução da competência de realização do recenseamento eleitoral à Comissão Nacional de Eleições (CNE), a revisão de lei da CNE em matéria de reclamação e contencioso eleitoral, o alargamento do prazo da prisão preventiva de forma a possibilitar a investigação dos crimes complexos, o reforço da cooperação regional e internacional no combate à criminalidade organizada e transnacional, bem como a criação de centros educativos para jovens em conflito com a lei.
O encontro foi organizado pelo Supremo Tribunal de Justiça em parceria com o Gabinete Integrado das Nações Unidas para Consolidação da Paz a Guiné-Bissau (UNIOGBIS).
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