O Banco Mundial vai apoiar o pagamento de salários em atraso aos professores do ensino público da Guiné-Bissau, mas só a partir de janeiro, disse à agência Lusa o coordenador da Comissão Estratégica do país, Huco Monteiro.
A comissão, criada em julho, elaborou uma proposta de Plano de Urgência para vários sectores da Guiné-Bissau, segundo a qual são necessários cerca de cinco milhões de euros para pagar as dívidas aos docentes.
Os ordenados em atraso estão a motivar uma greve de professores com a duração de três meses e que arrancou a 28 de setembro, data em que devia ter começado o ano letivo, mas as escolas públicas continuam paralisadas.
Os autores do Plano de Urgência procuraram um apoio direto ao Orçamento do Estado para pagar os salários em dívida, mas o Banco Mundial "negou essa possibilidade", explicou Huco Monteiro.
Em vez disso, o organismo internacional "vai entregar as verbas através de organizações não-governamentais e outras, com ações no terreno no interior da Guiné-Bissau, e que atuam no âmbito da educação e ensino".
Será desta forma que se vai fazer chegar o dinheiro aos professores do ensino público, explicou, sendo que a modalidade e fatias a entregar estão ainda a ser definidas.
Huco Monteiro receia que, se não houver outras formas de pagar os salários em atraso, o ano letivo "possa estar comprometido".
Entretanto, várias escolas e jardins-de-infância privadas da Guiné-Bissau fecharam as portas na terça-feira e voltam a estar paralisados hoje, em solidariedade para com os alunos das escolas públicas.
A ação foi promovida pela Confederação Nacional das Associações Estudantis (Conaeguib), cujo dirigente, Lamine Indjai, receia que este seja "o pior ano letivo" da história da Guiné-Bissau.
Sem comentários:
Enviar um comentário