domingo, 27 de outubro de 2013

Ex.-primeiro ministro acusa EUA de dar pouca ajuda à Guiné-Bissau, em entrevista a Agencia EFE

Gomes Júnior pede também ajuda internacional para que Bissau não seja um "narcoestado"

 

Lisboa, 26 out (EFE).- Exilado em Lisboa após o Golpe de Estado que o afastou do cargo, o primeiro-ministro deposto da Guiné- Bissau, Carlos Gomes Júnior, lança uma chamada à comunidade internacional para evitar que seu país acabe transformado em um estado fracassado controlado pelo narco.

"Eu o que me pergunto é por que não nos ajudaram mais, com toda a boa vontade que mostramos", se lamenta em entrevista concedida hoje a EFE, na qual reconhece os múltiplos e graves problemas que enfrenta Bissau, um país "potencialmente rico" mas que é, no entanto, um dos mais pobres do mundo.

O deposto primeiro-ministro de Guinea-Bissau, Carlos Gomes Júnior, cumprimenta durante uma conferência de imprensa em Lisboa. EFE/Arquivo
O deposto primeiro-ministro de Guiné-Bissau, Carlos Gomes Júnior, cumprimenta durante uma conferência de imprensa em Lisboa. EFE/Arquivo

Localizado no África Ocidental e com apenas 1,6 milhões de habitantes, foi vítima de contínuos levantamentos militares desde que declarou sua autonomia de Portugal em 1973, embora a independência não foi aceita pela metrópole até um ano depois.

O último Golpe de Estado ocorreu em abril de 2012, quando Gomes Júnior se postulava como favorito na segunda ronda das eleições para escolher a um novo presidente.

"Neste ano e meio, retrocedemos até o princípio e agora tocará começar do zero", assevera.

Tanto ele como diferentes organismos internacionais denunciam as intensas relações que mantêm algumas facções militares influentes em Bissau com redes internacionais de narcotraficantes.

Nesse contexto de marcada instabilidade política, o país se transformou em uma escala habitual da droga que procede da América do Sul e entra no continente europeu.

"Combater contra os capos da droga é muito difícil porque são muito poderosos, têm influência na vida política de qualquer Estado político frágil, como é Guiné-Bissau", reconhece sem rodeios Gomes Júnior, quem também admite o ingente poder dos militares no país.

"As Forças Armadas impõem sua opinião, dizem que se vão a submeter ao poder político mas não fizeram-no", insistiu.

Prova destas conexões é a detenção em abril, por parte de autoridades dos EUA, do ex.-chefe do Estado-Maior da Armada da Guiné -Bissau, o vice-almirante Bubo Natchuto.

O atual chefe das Forças Armadas, o general António Indjai -ao que Gomes Júnior aponta como um dos indutores do último Golpe de Estado- também foi acusado por um tribunal nova-iorquino de conspirar com a guerrilha colombiana das Farc para enviar cocaína a esse país em rota aos EUA dentro de um plano que incluía fornecer mísseis antiaéreos a esse grupo.

O primeiro-ministro deposto deixa veladas críticas às autoridades dos EUA e outros organismos internacionais por não apoiar com suficiente força essa luta contra o narcotráfico em seu país.

"Faz mais de três anos que os EUA publicou uma lista com as pessoas envolvidas com estas redes em Bissau. Sabendo que somos um Estado frágil, por que não atuaram? Temos mais de oitenta ilhas que fazem parte de nosso território, é difícil em nossas condições controla-las", assegura.

Gomes Júnior lembra, além disso, que o interesse dos narcotraficantes em Bissau aconteceu como reação à intensificação da vigilância em Cabo Verde com a criação de Comando Militar Americano na África (Africom).

"Em 2011 recebi ao comandante de Africom, íamos ter mais apoio por sua parte, estava tudo garantido. Mas no final, EUA decidiu tirar sua embaixada de Bissau e se instalou em Dacar. É por isso que eu me pergunto por que não se nos ajuda mais", recalca.

O dirigente guineano defende que desde 2009, com ele no Governo, Guiné-Bissau deu sintomas de melhora e a comunidade internacional "começou a ver o país com outros olhos".

Analistas europeus sobre o tráfico de drogas consultados pela Efe lembraram que a ausência de estruturas adequadas complica a concessão de ajuda internacional, já que se tem que garantir que os fundos facilitados se dirigem ao objetivo indicado.

Gomes Júnior, ao que seus rivais políticos acusam de atuar em favor de Angola -uma relação que sempre está rodeada de grande polêmica na Guiné-Bissau-, anunciou sua intenção de voltar a apresentar-se às eleições presidenciais convocadas novamente agora, para o próximo 24 de novembro.

No entanto, o atual Governo de transição que rege o país e membros de Nações Unidos puseram em dúvida que seja possível celebrar o pleito nessa data pela instabilidade e os problemas de segurança no país.

"Se recebemos a ajuda da comunidade internacional, vamos criar as condições para lutar contra o narco e os capos da droga, mas necessitamos mais cooperação (...). O nosso poderia ser um modelo de desenvolvimento a seguir", aventura.

Óscar Tomasi

1 comentário:

  1. Guiné, está sob forte pressão do carpo da droga!
    Guiné, não tem estado a merecer atenção, defesa colaboração e um diagnóstico do seu pulmão!
    Guiné, não é pobre, os seus filhos é que são pobres mentalmente!
    Guiné, é uma Mãe, rica em concepções; Ela é rica, com uma floresta densa, com o seu mar, cheio de variados espécies de cardumes e com variáveis sintomas de desenvolvimento sócio - económico!
    Guiné, sabe e reconhece os seus melhore amigos e filhos humildes;
    Guiné; tem folhas de tambarina a sua fruta, tem a folha de Mandioca e a seu tubérculo; A Guiné é, rica em ideias, arvorares medicinais e frutas tubérculos, para matar fome aos seus filhos.
    Guiné, tem olho, tem pés infinitos , tem braços mais de que quatro, tem manta para cobrir os teu filhos, Guiné, quando estiver contente ri para os Guineenses; Quando estiver com angustia chora chora pensando no futuro de teu filhos honestos..
    Guiné, Foi abandonado, pelas NU CPLP UE E A MINHA PERGUNTA? Será este humilde país, é amigo da CEDAO?
    Mas, a minha preocupação vai para, EUA! Será verdade? e/ou é, UE? Porque o CPLP, não tem força suficiente para,...........!
    Guiné, está bastante incomodado com, os Narcotraficantes e Narco - Estado, e com ditos militares, ditos milicianos Republicanos, ditos forças armadas, afinal a mesma Guiné, nunca conheceu e nunca reconheceu este bando de foguetes.
    Hai Guiné, vamos rezar, vamos pedir ao nosso divino Mestre, para que tudo corra bem consigo e para os teus mais próximos
    tudu tem si dia, i lundju nan té má i na chiga. disa eles pai e´bata fentifente!,

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