Os chefes das forças armadas da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) que se encontram de visita à Guiné-Bissau defendem que as eleições gerais no país tenham lugar a 24 de novembro.
A posição foi hoje transmitida aos jornalistas pelo general Soumaila Bakayoko, chefe do Estado-Maior General da Costa do Marfim, porta-voz dos quatro chefes militares que se encontram de visita a Bissau.
À saída de uma visita de cortesia ao primeiro-ministro do Governo de transição, Rui de Barros, aquele responsável afirmou que é convicção dos chefes militares da África Ocidental que as eleições gerais na Guiné-Bissau devem ter lugar na data marcada.
"Estamos aqui para avaliar o trabalho da nossa força, a Ecomib. Tudo no sentido de acompanhar a Guiné-Bissau para que possa realizar eleições na data prevista e ainda certificar que as eleições serão realizadas dentro de um clima de total segurança", afirmou o general Bakayoko.
A CEDEAO tem uma força de 700 homens, entre militares e policias, denominada de Ecomib, estacionada na Guiné-Bissau na sequência do golpe de Estado militar de abril de 2012 protagonizada pelo chefe das Forças Armadas guineenses, António Indjai.
De acordo com o porta-voz do Comité de Chefes das Forças Armadas da CEDEAO, a comunidade sente-se orgulhosa pelo trabalho da Ecomib na Guiné-Bissau e acredita que o mesmo sentimento é partilhado pela população guineense.
"A força tem feito um trabalho notável no sentido de garantir a segurança. Pensamos que toda comunidade e a população da Guiné-Bissau apreciam o trabalho da Ecomib. Vamos reforçar as valências da força na medida das necessidades para que as eleições possam decorrer com total tranquilidade", disse o general Bakayoko.
De acordo com o responsável militar, tudo o que se pretende é garantir que cada cidadão guineense "faça uma escolha livre" nas eleições gerais marcadas, para 24 de novembro, mas cujo processo ainda não começou por falta de verbas.
A cerca de 40 dias da data, ainda nem o recenseamento eleitoral arrancou no terreno e o presidente de transição, Serifo Nhamadjo, já admitiu que deverá ser encontrada uma nova data na cimeira de chefes de estado da CEDEAO a realizar ainda este mês.
As eleições gerais que a comunidade pretende ver realizadas ainda este ano deverão custar cerca de 14,7 milhões de euros, orçamento que terá de ser suportado na totalidade pela comunidade internacional.
Após audiências com o ministro da Defesa e o primeiro-ministro do Governo de transição, durante a manhã, a delegação militar da CEDEAO tem reunião marcada com o chefe das Forças Armadas da Guiné-Bissau, general António Indjai.
Os chefes militares da Comunidade Económica dos Estados da Africa Ocidental (CEDEAO) que se encontram de visita à Guiné-Bissau consideraram ainda que o nível de segurança no país "baixou desde o mês de setembro" para cá.
A conclusão foi transmitida também aos jornalistas pelo general Soumaila Bakayoko, chefe do Estado-Maior da Costa do Marfim, no final de uma reunião de trabalho do comité de chefes militares da CEDEAO com o homólogo guineense, António Indjai.
"Em termos gerais a situação do país é normal, mas em termos de segurança podemos dizer que baixou desde o mês de setembro, com alguns acontecimentos que nos deixam inquietados", assinalou o general Bakayoko.
Falando também em nome dos chefes dos estados-maiores generais do Senegal, Burkina-Faso e Nigéria, que o acompanharam, Soumaila Bakayoko adiantou que os responsáveis militares quiseram saber o que se passa e que medidas poderão ser tomadas para ajudar a Guiné-Bissau.
O dirigente militar apontou as recentes manifestações de jovens pelas ruas de Bissau e referiu as situações de confronto físico com os soldados como sendo "sinais preocupantes".
Na terça-feira, centenas de jovens manifestaram-se pelas ruas de Bissau, tendo danificado viaturas e atirado pedras contra a embaixada da Nigéria, local onde diziam estar escondido um homem que, alegadamente, teria tentado raptar uma criança.
No mesmo dia, um cidadão da Nigéria morreu ao ter sido linchado pela população de um bairro periférico de Bissau.
A população tem associado os alegados raptos de crianças aos elementos da comunidade nigeriana radicada na Guiné-Bissau.
Os chefes militares da CEDEAO querem ajudar a melhorar a situação de segurança na Guiné-Bissau para que as eleições gerais marcadas para 24 de novembro decorram com "total tranquilidade", observou Soumaila Bakayoko.
A Guiné-Bissau é dirigida desde o golpe militar de abril de 2012, protagonizada pelo chefe das forças armadas do país, António Indjai, por um Governo de transição que não é, contudo, reconhecido pela maioria da comunidade internacional.
Agência Lusa
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