sexta-feira, 13 de abril de 2012

Estados Unidos pedem regresso ao poder civil em Bissau

13 Abr, 2012, 13:43

Os Estados Unidos, através da embaixada em Dacar, no Senegal, reclamaram hoje a reposição da "liderança legítima do poder civil" na Guiné-Bissau, na sequência da intervenção militar de quinta-feira à noite.

"Exortamos todas as partes a depor as armas e a restaurar a liderança legítima do poder civil", apelou, em comunicado, a embaixada norte-americana no Senegal, que cobre também a Guiné-Bissau.

"É lamentável que os elementos do exército guineense tenham escolhido comprometer o processo democrático na Guiné-Bissau", criticou a embaixada, em texto citado pela agência noticiosa francesa AFP.

A embaixada dos EUA em Dacar disse estar a seguir "de perto a situação" e aconselhou já os cidadãos norte-americanos em Bissau a "manterem-se em casa e evitarem deslocar-se ao centro da cidade".

A diplomacia dos Estados Unidos tem seguido mais de perto a situação na Guiné-Bissau, desde que este país começou a servir de placa giratória do tráfico de droga vinda da América do Sul e da Europa.

A capital guineense adormeceu na quinta-feira em sobressalto, depois de, ao início da noite, os militares terem fechado várias ruas. Os disparos terminaram cerca das 21:30 (22:30 em Lisboa) e a madrugada foi calma, sem registo de mortos ou feridos.

Um autodenominado Comando Militar, cuja composição se desconhece, divulgou hoje um comunicado em que afirma que a intervenção armada de quinta-feira na Guiné-Bissau visou defender as Forças Armadas de uma alegada agressão de militares angolanos em Bissau, que teria sido autorizada pelo Presidente guineense interino, Raimundo Pereira, e pelo primeiro-ministro e candidato presidencial,Carlos Gomes Júnior.

Hoje de manhã, a calma regressou a Bissau e a rádio pública voltou a emitir. A mulher do primeiro-ministro disse que ele foi preso e levado para local desconhecido, após um ataque à sua residência, ignorando-se o paradeiro de Raimundo Pereira.

A intervenção militar envolveu utilização de armas pesadas poucas horas antes do início da campanha para a segunda volta das eleições presidenciais de 29 de abril, alvo de boicote de Kumba Ialá, que perdeu na primeira votação para Carlos Gomes Júnior.

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