por Lusa Ontem
Fotografia © Denis Balibouse / Reuters
A alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Navi Pillay, instou hoje o Mali e a Guiné-Bissau a seguirem o exemplo do Senegal e a realizarem eleições "pacíficas, livres e transparentes".
"As mudanças anticonstitucionais de governo, acompanhadas de violência, podem ter um impacto devastador na situação dos direitos humanos", disse Navi Pillay, felicitando o Senegal pela forma como decorreram as eleições presidenciais de domingo naquele país.
A responsável das Nações Unidas considerou que a primeira volta das eleições presidenciais na Guiné-Bissau, a 18 de março, decorreu de forma "tensa, mas felizmente sem violência".
"É essencial que a segunda volta seja igualmente livre, transparente e sem violência", sublinhou Navi Pillay, numa altura em cinco dos nove candidatos nas eleições presidenciais guineenses têm exigido a anulação das eleições.
O segundo candidato mais votado, Kumba Ialá, recusa-se a ir à segunda volta, alegando a existência de várias fraudes por todo o país.
"Apelo a todos os participantes, em particular aos candidatos e seus apoiantes, que se abstenham de fazer afirmações provocatórias e incendiárias. Apelo também às forças de segurança para que ajam em conformidade com a lei", acrescentou.
A responsável das Nações Unidas lembrou que "o Mali tem também uma boa prática em matéria de eleições democráticas ao longo das duas últimas décadas", fazendo votos para que o país "regresse a essa via logo que possível".
A 22 de março, uma junta militar afastou num golpe de estado o presidente Amadou Toumani Touré a escassas semanas das eleições presidenciais marcadas para 29 de abril. O golpe mereceu reprovação internacional unânime e a condenação quase total da classe política maliana.
Na terça-feira, a junta militar no Mali ter anunciado a adoção de uma nova Constituição, que estipula que nenhum membro da junta ou do futuro governo possa candidatar-se às eleições legislativas e presidências que o novo poder pretende organizar.
A junta não avançou qualquer data para as eleições, nem especificou a duração do período de transição.
O candidato da oposição, Macky Sall, venceu o presidente Abdoulaye Wade na segunda volta das eleições de domingo no Senegal.
Wade, de 85 anos, que se candidatava a um terceiro mandato apesar de a Constituição do país só permitir dois, agradeceu aos cidadãos por terem acorrido às urnas "livremente, com calma e serenamente".
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