Bissau - A campanha eleitoral terminou sexta-feira, 16 de Março. Os guineenses vão às urnas no próximo Domingo, 18 de Março, nestas segundas Eleições Presidenciais, para as quais se contam nove candidatos.
Um destes nove pretendentes vai ser escolhido para representar funções de Presidente da República da Guiné-Bissau.
Os seus perfis e percursos políticos são diferentes, bem como as suas ideologias. Para dar a conhecer quem são, a PNN, numa visão descritiva sobre os candidatos à Presidência, avança o trajecto destes homens que ambicionam conduzir o país.
O estreante Vicente Fernandes, que se apresenta em nome da coligação Aliança Democrática, é advogado, formado em Portugal, orador e liberal nas suas convicções. Esteve activo nas Legislativas de 2004, na então Plataforma Unida.
Kumba Yala, um dos políticos mais evidentes dado que já foi Presidente da Republica, afastado por um Golpe Militar em 2003, é formado em Filosofia pela Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa, tendo completado a licenciatura em Direito, mais tarde, em Bissau.
Foi fundador e líder do PRS, maior formação política na oposição. Muito crítico, enverga uma interpretação clara sobre aquilo que devem ser os valores da sociedade e tem um profundo conhecimento quanto à multiplicidade étnica na Guiné-Bissau.
Henrique Pereira Rosa é empresário e candidato pela segunda vez à Presidência da República, tendo sido já Presidente Interino. É um católico convicto e membro de várias instituições e organizações de caridade.
Foi Director Executivo da Comissão Nacional de Eleições (CNE) nas primeiras Eleições Presidenciais e Legislativas realizadas na
Guiné-Bissau, em 1994.
Presidente do Conselho da Aliança para a Refundação da Governação em África, em 2006, Henrique Pereira Rosa tem uma personalidade que se reveste pela ponderação e tolerância.
O candidato independente Serifo Nhamado, do PAIGC, cuja carreira política se afirmou neste partido no poder, ocupou várias funções cimeiras na Administração do Estado. Foi, até aqui, vice-presidente da Assembleia Nacional Popular.
Trata-se de uma personalidade de equilíbrio, disciplina e, assim, determina as suas actuações na convicção e defesa das suas causas e objectivos. É primeira vez que Serifo Nhamado concorre à Presidência da República.
Não é o caso de Serifo Balde, um político jovem que, pela segunda vez, se apresenta como candidato. Fundou e lidera o Partido Democrata Socialista para Salvação Guineense. Inspira os ideais na juventude e assenta a sua política na preservação da moral pública. Neste momento, a sua mensagem concorda na manutenção da paz.
É também o tema da paz que representa o «slogan» de Carlos Gomes Júnior, candidato do PAIGC, partido do qual é Presidente.
Empresário e sócio de instituições bancárias e do sector combustível, representa alguns interesses empresariais no país. Carlos Gomes Júnior foi eleito Primeiro-ministro por duas vezes: em 2004 e nas últimas Legislativas.
O candidato independente Luís Nancassa, docente e Presidente do Sindicato Nacional dos Professores, participa nesta corrida pela segunda vez.
Foi quem decretou a primeira greve no sector do Ensino no país, depois da liberalização política. Foi Luís Nancassa que criou esta organização sindical, em meados dos anos 90. O candidato sempre foi defensor das causas sociais.
Afonso Te, Coronel na reserva, tem o apoio do Partido Republicano para Independência e Desenvolvimento (PRID). Exerceu funções de vice-chefe de Estado-maior General das Forcas Armadas, uma nomeação tida como uma das causas imediatas da guerra de 7 de Junho de 1998.
Afonso Té era dos mais destacados intelectuais nas Forcas Armadas guineenses. Está agora na política com uma surpreendente presença como candidato à Presidência da República e dirigente do partido que o apoia.
O líder do PRID apresenta uma visão de campo bem estruturada e aposta não só na paz e estabilidade, mas também na capitalização das riquezas naturais de que o país dispõe, sobretudo, no sector da Agricultura.
Outro estreante nestas eleições, independente e convicto, Baciro Baciro é licenciado em psicologia pela universidade de Havana, em Cuba. Trata-se do actual ministro da Defesa e foi director do comité de coordenação do Sector da Defesa e Segurança, ligado à reforma do mesmo.
Pode dizer-se que envereda pela promoção e aplicação do saber, daí que a sua candidatura assente na dinâmica da juventude. Tem um olhar determinado sobre as Forcas Armadas. Baciro Dja reverte a sua política no socialismo democrático.
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