Bissau - O Fundo Monetário Internacional (FMI) deu nota positiva ao desempenho macro-económico do Governo da Guiné-Bissau mas o ministro das Finanças do país, Mário Vaz, está preocupado com a pressão que se faz sobre o Orçamento do Estado, noticiou a Lusa.
A posição dos dois responsáveis foi transmitida segunda-feira à imprensa no balanço de uma missão de avaliação ao desempenho macro-económico do Governo guineense realizada por uma equipa do FMI, liderada pelo brasileiro Paulo Drumond.
De acordo com este responsável do FMI, que coordena a cooperação da instituição mundial com a Guiné-Bissau, as perspectivas do crescimento económico "são boas" devido à descida da inflação, que deverá cair dos cinco por cento registados em 2011 para 3,5 porcento em 2012 e ao elevado preço do caju (principal produto de exportação do país) no mercado internacional.
"Não há mudanças nas perspectivas económicas que estimamos para 2011. As perspectivas para este ano mantêm-se. O crescimento económico que havíamos estimado para 5,3 porcento mantém-se (...), este ano os ventos para a Guiné-Bissau continuam a ser positivos apesar de a economia mundial estar claramente a desacelerar", disse o chefe da missão do FMI para a Guiné-Bissau.
Uma "boa e apertada política fiscal" também deverá contribuir para o crescimento económico, já que as metas apontadas nessa vertente em 2011 são válidas para o ano em curso, assinalou Drumond.
O responsável do FMI indicou, no entanto, ser indispensável que o Governo acelere as reformas fiscais em curso e controle as despesas orçamentadas.
"A nossa mensagem principal é que o Governo (...) mantenha o curso (da execução orçamental) porque, apesar de um curso gradual, tem dado resultado", disse Paulo Drumond, recomendando ainda a estabilidade política no país e a continuidade das reformas económicas e noutros sectores.
O ministro das Finanças guineense, Mário Vaz, manifestou-se, no entanto, preocupado com "a pressão sobre o Orçamento" do ano em curso, frisando que apenas em dois meses de execução orçamental já se consumiu sete porcento de todo o bolo previsto para ser gasto em 2012.
Mário Vaz disse que a pressão tem sido feita através de reivindicações dos sindicatos da Educação, Saúde, antigos funcionários de empresas extintas pelo Estado e os serviços ao nível da segurança e Defesa do país.
O ministro das Finanças reconheceu que o Governo tem tido "um bom desempenho" na tentativa de fazer acelerar a economia do país, mas admitiu também que está a ser difícil controlar as despesas orçamentadas.
"Estamos profundamente preocupados (...) porque as pessoas ainda pensam que a Política Económica está connosco e quando há falta de liquidez é só chegar às máquinas e mandar imprimir as notas para financiar as despesas", disse Mário Vaz.
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