A Comissão Nacional de Eleições (CNE) da Guiné-Bissau convocou hoje para o dia 22 de abril a segunda volta das eleições presidenciais, que será disputada pelos candidatos Carlos Gomes Júnior e Kumba Ialá.
O anúncio foi feito pelo presidente da CNE, Desejado Lima da Costa, na cerimónia de anúncio dos resultados oficiais da primeira volta, realizada a 18 de março.
Os resultados oficiais confirmaram os resultados provisórios, com Carlos Gomes Júnior a vencer o escrutínio, obtendo 48,97 por cento dos votos, seguindo-se Kumba Ialá, com 23,36 por cento.
"Nos termos do artigo 113 da lei eleitoral, em nome da CNE, convoco a realização do segundo sufrágio das eleições presidenciais antecipadas, entre os dois candidatos mais votados - Carlos Gomes Júnior e Kumba Ialá - para o dia 22 de abril de 2012", disse Desejado Lima da Costa, numa comunicação sem direito a perguntas dos jornalistas.
Numa longa exposição, o responsável agradeceu ao povo guineense a forma ordeira e pacífica e o civismo demonstrado a 18 de março, e o apoio das forças de segurança e da comunidade internacional.
Desejado Lima da Costa referiu-se também às reclamações apresentadas por cinco candidatos e explicou que segundo a lei as eleições não podem ser anuladas, como pedem esses candidatos, e que apenas tal pode acontecer em mesas de voto onde as irregularidades sejam tais que ponham em causa os resultados.
Segundo o responsável, os candidatos Serifo Nhamadjo, Kumba Ialá, Henrique Rosa, Afonso Té e Serifo Baldé apresentaram 13 reclamações, como adulteração de cadernos eleitorais, omissão de resposta a reclamações apresentadas, um eleitor que votou por alguém já morto, 12 eleitores impedidos de votar ou um cidadão apanhado com 208 cartões de eleitor virgens e 56 cartões de eleitor carimbados.
Desejado Lima da Costa disse que os votos afetos pelas irregularidades referidas pelos reclamantes são no total 246 votos e não influíram consideravelmente nos resultados obtidos em nenhuma das mesas de voto, justificando a repetição da votação.
Kumba Ialá, segundo candidato mais votado, já disse que não se irá apresentar à segunda volta, por considerar que a primeira foi uma fraude.
Desejado Lima da Costa não se referiu a este facto, limitando-se a marcar as eleições para o próximo dia 22 de abril.
Lusa
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