Lisboa, (Lusa) -- O secretário executivo da CPLP, Domingos Simões Pereira, manifestou a esperança de que os candidatos às eleições presidenciais de 18 de março na Guiné-Bissau saibam "respeitar os outros" e preservar "um ambiente favorável".
Em declarações à Lusa a propósito do processo eleitoral naquele país africano, Simões Pereira, que esteve na Guiné-Bissau em fevereiro, referiu que a perceção que tem é de que o processo eleitoral está a decorrer dentro da normalidade, "em pleno exercício da cidadania".
"Eu penso que sim (o processo eleitoral está a decorrer dentro da normalidade)", disse o secretário-executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
"As informações que eu colhi são mais de observação direta e que me fazem acreditar que o povo está mobilizado, os atores políticos já estão no terreno a tentar passar as suas mensagens, portanto, estamos em pleno exercício da cidadania, pela parte de todos", sublinhou Simões Pereira, que é guineense.
As eleições presidenciais na Guiné-Bissau estão marcadas para dia 18 de março, antecipadas devido à morte, em janeiro passado, de Malam Bacai Sanhá, Presidente eleito em 2009.
Nove candidatos estão a concorrer às presidenciais, entre eles Carlos Gomes Júnior, até agora primeiro-ministro e presidente do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), e Kumba Ialá, ex-Presidente e que concorre com o apoio do Partido da Renovação Social (PRS).
Henrique Rosa, Baciro Djá, Luís Nancassa, Manuel Serifo Nhamadjo, Serifo Baldé, Vicente Fernandes e Afonso Té são os outros candidatos.
Ibraima Alfa Djaló desistiu da corrida ao escrutínio alegando falta de condições para um processo eleitoral justo, livre e transparente.
A polémica surgiu porque vários candidatos criticaram o facto de não ter havido recenseamento eleitoral no país.
"Estamos a falar de um ator político (Djaló) que tem uma leitura sobre a situação e cabe-nos respeitar a opinião de todos", afirmou o secretário-executivo.
"Também tive acesso à interpretação que foi feita pelo senhor Presidente da República interino (Raimundo Pereira) e que dá conta de que no processo de auscultação de todos os atores colocou-se essa questão do prazo para a realização das eleições, havendo uma insistência por parte de todos de que era fundamental cumprirem-se os prazos legalmente estabelecidos", argumentou.
Segundo Simões Pereira, "nessa altura todos tinham conhecimento de que seria impossível abrir um processo de atualização dos cadernos eleitorais".
"O que significa que só os detentores de cartão do eleitor à altura das últimas eleições é que teriam condições de participar no pleito eleitoral", referiu.
Questionado pela Lusa sobre o perigo de haver desestabilização no processo, Simões Pereira disse: "Não antecipo isso, não auguro isso e estou convicto de que todos os candidatos estarão à altura as exigências do momento".
"Nós não podemos esquecer que a Guiné-Bissau está a ter eleições presidenciais antecipadas devido ao desaparecimento físico do seu Presidente, por isso, acresce-se ao exercício da cidadania ativa, que já seria de se pedir, uma atenção para podermos honrar a memória de alguém que lutou por essa causa", finalizou.
CSR.
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