Luanda - O analista de política internacional, Belarmino Van-Dúnem, disse hoje (quarta-feira), em Luanda, que os militares bissau-guineenses nunca foram um problema para o seu país, “mas apenas foram utilizados muitas vezes por algumas personalidades políticas para chegarem ao poder ou desestabilizarem os processos políticos".
Solicitado pela Angop para comentar o actual momento político na Guiné-Bissau, na véspera das eleições presidenciais antecipadas de 18 de Março de 2012, o analista acrescentou que o único militar que chegou ao poder e que governou a Guiné-Bissau, foi João Bernardo “Nino” Vieira, que na altura já era uma figura incontornável da cena política guineense.
"Ao longo de vários golpes de Estado nunca se viu um general, um coronel, um tenente-coronel, um major ou um capitão a tomar o poder, com excepção de Nino Vieira que apesar de ser combatente, era também político", realçou.
Sustentou, a título de exemplo que, o defunto brigadeiro Ansumane Mané, que foi um dos responsáveis militares de alta hierarquia a ter um certo protagonismo político durante um dado momento ”nunca pensou na sua vida um dia tirar à farda”.
Por isso, que o que se assiste naquele país é um cenário do qual os militares agem e os políticos aproveitam-se da situação, salientou Belarmino Van-Dunen.
Considerou ainda que os militares precisam de garantias, de uma boa organização e de meios que lhes possibilita desempenhar melhor o seu papel em prol da defesa da integridade territorial da Guiné-Bissau.
"A partir do momento em que os militares forem enquadrados dentro de um regime jurídico, saberem quais são os seus deveres e as suas obrigações, verem que de facto estão a ser valorizados”, poderão deixar aos políticos desempenhar o seu papel, argumentou.
A Guiné-Bissau, oficialmente conhecida como República da Guiné lusófona, é um país de expressão portuguesa situado na Costa ocidental de África. Faz fronteira a norte com o Senegal, a oeste e sudeste com a Guiné-Conakry e a sul e oeste com o Oceano Atlântico.
Proclamou unilateralmente a sua independência em 27 de Setembro de 1973em Manica do Boé, mas sem o reconhecimento de Portugal que só veio fazê-lo em 10 de Setembro de 1974.
O país vai a eleições antecipadas no dia 18 deste mês em consequência da morte em Paris, no dia 9 de Janeiro de 2012, do então chefe de Estado, Malam Bacaí Sanhá, por doença.
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