Lisboa,(Inforpress) – O tráfico de droga continua a ser uma grande ameaça para o desenvolvimento da Guiné-Bissau, segundo um relatório da Agência Internacional de Controlo de Drogas (International Narcotics Control Board - INCB), hoje divulgado pela Nações Unidas.
Segundo aquela agência, além da ameaça ao desenvolvimento, o tráfico de droga leva também a um aumento do uso de drogas naquele país lusófono.
Os traficantes usam aviões comerciais para o transporte de cocaína para a África Ocidental. Em 2010, um número crescente de aviões partiu da Venezuela com destino a vários países da África Ocidental, incluindo Cabo Verde e Guiné-Bissau, referiu o relatório.
A agência divulgou que a Guiné-Bissau e outros países da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) estão a coordenar esforços no quadro de um plano de ação da CEDEAO, com a ajuda de entidades como a Interpol e ONU, contra o tráfico organizado de droga e abuso de narcóticos.
Em junho de 2011, o Governo da Guiné-Bissau aprovou uma declaração política e um plano de ação para prevenir e combater o tráfico de droga e o crime organizado, complementando o plano da CEDEAO.
A INCB referiu ainda que, no ano passado, vários governos não forneceram o relatório estatístico anual pedido em tempo útil, como o Brasil.
No entanto, a agência destacou positivamente as iniciativas brasileiras para combater o tráfico de droga, como as Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) e o Plano Nacional de Combate ao Crack e Outras Drogas.
A agência informou que a heroína entra pela África Oriental através de aeroportos e portos, depois sendo contrabandeada para a Europa e outras regiões.
A heroína também é enviada via Moçambique para a África do Sul, onde é usada pela população local ou levada para outros países da África Austral e Oriental, revelando um aumento do uso dessa droga nessas regiões.
Em maio de 2011, 875 quilos de cocaína foram apreendidas no Paraguai, sendo que a droga tinha como destino Moçambique.
A agência revelou que vários países africanos têm promovido ações no combate ao branqueamento de capitais, como Angola, que em junho de 2010 aprovou uma lei contra esse crime e, em janeiro de 2011, aprovou o regulamento para a execução dessa lei.
Até 01 de novembro de 2011, Timor-Leste não havia assinado convenções da ONU sobre narcóticos, substâncias psicotrópicas e tráfico de droga, segundo a agência internacional de controlo de droga, que está preocupada com a situação.
Já Cabo Verde, assim como o Brasil, participa em programas da Agência das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), de acordo com o relatório.
No entanto, segundo o documento, em outubro de 2011 uma apreensão recorde de 1,5 toneladas de cocaína foi feita em Cabo Verde e, no mesmo mês, 480 quilos de cocaína destinada à Nigéria foram apreendidos no Brasil.
Este ano, o tema central do relatório é a exclusão social como fator que pode levar comunidades marginalizadas a um círculo vicioso de abuso e tráfico de droga, violência, crime organizado, corrupção, falta de emprego, saúde precária e baixa educação.
Em 2010, houve mais de 12 mil apreensões de substâncias controladas internacionalmente e enviadas pelo correio, sendo que 6,5 mil apreensões foram de substâncias lícitas internacionalmente controladas e mais de 5,5 mil de drogas de origem ilícita.
A Índia foi identificada como o principal país de origem dessas substâncias, representando 58 por cento das apreensões. Os Estados Unidos, a China e a Polónia também foram identificados como países de origem das drogas vendidas pela Internet.
Inforpress/Lusa
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