quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

«Incidente com a TAP» deteriorou imagem externa do país, reconhece PR

Guiné-Bissau: «Incidente com a TAP» deteriorou imagem externa do país, reconhece PR

O presidente de transição da Guiné-Bissau, Serifo Nhamadjo, confirmou, no seu discurso à Nação de fim do ano, que o «incidente com a TAP» deteriorou a imagem externa do país.

Além de prejudicar a imagem do país, Serifo Nhamadjo afirmou que a passagem dos cidadãos sírios pela Guiné-Bissau, de onde partiram para Portugal e onde acabariam por pedir asilo político complicou também as relações com Portugal.

«É verdade que o incidente da passagem por Bissau, a caminho de Lisboa, de 74 cidadãos sírios veio acrescer mais uma acha nas já deficitárias relações entre o nosso país e Portugal», disse Nhamadjo.

No passado dia 10 deste mês 74 sírios, entre adultos e crianças, embarcaram à força no aeroporto de Bissau, depois de pressões à tripulação da TAP, por parte do ministro guineense do Interior, para Portugal sob alegação de constituírem perigo para a segurança interna da Guiné-Bissau.

Para o presidente de transição, o incidente complicou as relações com Portugal, afetou a imagem externa da Guiné-Bissau e ainda «lesa a dignidade dos guineenses».

Nhamadjo diz, contudo, que aguarda pelo posicionamento da Justiça e do primeiro-ministro, Rui de Barros, para depois tomar uma decisão.

«Como é do conhecimento público tanto o ministro dos Negócios Estrangeiros, que tutela as embaixadas, como o ministro do Interior, que tutela as migrações, colocaram os seus lugares à disposição do chefe do Governo», lembrou Nhamadjo.

Perante este e outros factos invocados no discurso de fim do ano, o presidente guineense questionou os seus concidadãos sobre os caminhos a tomar para o novo ano.

Para Nhamadjo só resta aos guineenses trabalharem para que o país possa retomar a normalidade constitucionalmente interrompida com o golpe de Estado militar de abril de 2012.

Nhamadjo instou os guineenses a continuarem «com a mesma determinação», empenho e «capacidade de sofrimento», mas mantendo sempre a coesão na diversidade.

«Devemos levar a cabo aquilo que a Nação e toda a comunidade internacional espera de nós, a realização de eleições gerais (...) bem como a criação de condições para um efetivo retorno à normalidade constitucional», observou o presidente guineense.

As eleições gerais (legislativas e presidenciais) estão marcadas para 16 de março.

Lusa

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