quarta-feira, 2 de outubro de 2013

PGR admite «elementos de bloqueio» no combate ao narcotráfico

O Procurador-Geral da República (PGR) da Guiné-Bissau, Abdú Mané, admitiu hoje a existência de “elementos de bloqueio” à acção da Policia Judiciária (PJ) no combate ao tráfico de droga no país.

“Há bloqueios internos. Não é fácil. Há muitos bloqueios internos, há contrariedades, mas há um empenhamento grande dos magistrados perante os compromissos que assumimos. Cumprir a lei e fazer cumprir a lei é o lema do Ministério Público e da Polícia Judiciária”, afirmou Abdú Mané em declarações à margem do ato de incineração de 4,4 quilos de cocaína apreendida pela PJ entre Março e agosto no aeroporto internacional de Bissau.

Sem especificar de que elementos de bloqueio estava a falar, o PGR guineense afirmou que, mesmo com as adversidades, o país vai continuar a respeitar os compromissos internacionais sobre o combate ao tráfico de droga.

A droga incinerada hoje foi apreendida entre os dias 30 de Março e 28 de agosto em operações levadas a cabo pela PJ guineense no aeroporto internacional Osvaldo Vieira de Bissau.

Os traficantes seriam uma cidadã cabo-verdiana, um cidadão do Mali, dois da Nigéria e outros tantos da Serra-Leoa.

O Procurador guineense destacou o empenho dos magistrados e dos agentes da PJ, no trabalho que estão a desenvolver no combate ao tráfico de droga, sobretudo pelo facto de serem jovens recém-formados pela Faculdade de Direito de Bissau.
Para Abdú Mané, esse empenho demonstra a determinação da Guiné-Bissau em respeitar os compromissos internacionais, embora com parcos recursos.

“É um trabalho para continuar enquanto estivermos aqui. O país está envolvido em compromissos internacionais que queremos respeitar escrupulosamente”, sublinhou o procurador guineense.

Questionado pela Agência Lusa sobre se os elementos de bloqueio de que fala estão ligados ao estado guineense, Abdú Mané não quis entrar em detalhes.

“O bloqueio é a todos os níveis. Não é fácil, de facto, mas como disse, há um compromisso da PJ e do Ministério Publico em lutar contra os narcotraficantes. Enquanto tivermos força para fazer esse combate, estamos dispostos a faze-lo”, defendeu Mané.

O procurador guineense exortou igualmente as outras forças de defesa e segurança do país a juntarem-se à PJ e aos magistrados do Ministério Público no combate ao tráfico de droga, fenómeno que disse estar a diminuir nos últimos tempos.

“Do nosso ponto de vista, o tráfico está a diminuir. Agora são precisos mais meios e colaboração institucional, porque a PJ sozinha não pode fazer esse combate. Tem que haver a colaboração de outras forças de defesa e segurança. É um compromisso nacional”, concluiu Abdú Mané.

Lusa

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