Bissau - O parlamento da Guiné-Bissau encerrou ontem os seus trabalhos, que deviam durar até 29 de Julho, devido ao impasse sobre a agenda dos temas a serem debatidos.
O presidente em exercício da Assembleia Nacional Popular (ANP), Ibraima Sory Djaló, afirmou na sessão plenária de hoje que por não existir consenso entre as duas principais forças políticas "não valia a pena continuar com os trabalhos".
"Após uma concertação com os demais membros da mesa decidi encerrar hoje esta sessão plenária, dando a palavra aos partidos para que analisem qual o rumo que se deva dar ao Parlamento", declarou Sory Djaló, debaixo de um coro de protestos dos deputados do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).
"É mais uma aberração, uma arbitrariedade cometida pelo presidente em exercício desta casa. Em nenhum momento o presidente da ANP pode decidir de forma unilateral encerrar os trabalhos parlamentares sem que a plenária fosse ouvida", disse Rui Diã de Sousa, líder do grupo parlamentar do PAIGC.
Na mesma altura em que anunciou o encerramento prematuro da sessão, Sory Djaló avisou os deputados que poderão ser convocados "dentro de uma ou duas semanas" para uma sessão extraordinária, para debater o programa do Governo e o Orçamento Geral do Estado.
O parlamento da Guiné-Bissau não conseguiu fazer funcionar a sessão plenária aberta desde o dia 29 de Junho devido aos desentendimentos entre o PAIGC e o PRS quanto aos pontos que deviam constar na agenda dos trabalhos.
O PAIGC, que detém a maioria parlamentar, exigia que se incluísse na agenda a eleição de um novo vice-presidente do órgão (lugar actualmente ocupado por Sory Djaló, segundo vice-presidente) que por sua vez passaria a ser o líder da instituição.
O PRS, partido a que pertence Sory Djaló e o próprio têm rejeitado essa possibilidade, alegando que é necessária a demissão dos anteriores presidente e vice-presidente (Raimundo Pereira e Serifo Nhamadjo), levando a um impasse total.
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