sexta-feira, 20 de julho de 2012

Durão Barroso critica governo golpista da Guiné-Bissau

Durão Barroso acusou o governo saído do golpe na Guiné-Bissau de manter o país como refém

Durão Barroso acusou o governo saído do golpe na Guiné-Bissau de manter o país como refém

O presidente da Comissão Europeia, salientou os progressos feitos por cada um dos países presentes e lamentou que o mesmo não se tenha passado com a Guiné-Bissau. Durão chamou a atenção para o facto de “uma minoria” estar a tomar “todo o país como refém”. Aproveitou depois para saudar o presidente interino do país, Raimundo Pereira, como o “legítimo representante dos guineenses”.
Cavaco Silva, também presente em Maputo, mostrou-se confiante na decisão que virá a ser tomada pela CPLP. O Presidente da República crê numa decisão que se enquadre nos “valores estruturantes" da organização. “"Amanhã [sexta-feira] haverá, com certeza, uma decisão, mas estou convencido que será dada no sentido da defesa dos valores estruturantes da nossa comunidade", disse aos jornalistas.


Portugal e CPLP contra reconhecimento do governo golpista da Guiné-Bissau


No passado dia 11 de Julho, reuniu-se um Conselho de Ministros extraordinário da CPLP que deliberou acerca das recomendações a dar no que toca às contingências, tanto da Guiné-Bissau como da Guiné-Equatorial.


Especificamente no que toca à Guiné-Bissau, Paulo Portas mostrou-se intransigente, afirmando que a CPLP teve sempre uma posição de “tolerância zero para golpes de estado e golpistas”. O ministro dos negócios estrangeiros relembrou a coerência que Portugal sempre teve quanto a esta questão e relembrou que “o continente africano, precisa dessa estabilidade”, e portanto, “deve haver tolerância zero quanto às alterações inconstitucionais da ordem democrática estabelecida".

Também a CPLP assumiu uma posição contrária ao governo de transição guineense. Em entrevista ao PÚBLICO, o secretário-executivo da organização demonstrou o seu desagrado com uma eventual aceitação do governo golpista, o que aliás já foi feito pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO). “A solução que está a ser implementada não só não corresponde às regras internacionalmente estabelecidas como não produz uma verdadeira solução para o problema”, referiu.


Por outro lado, em declarações à Agência Lusa, o Presidente de transição da Guiné-Bissau, Serifo Nhamadjo, apelou ao diálogo com a CPLP, ressalvando que “para resolver os problemas temos de estar todos do mesmo lado”. Pedido que parece não ter sido levado em conta pela Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, visto que a Guiné-Bissau será representada pelas autoridades pré-golpe na Cimeira de Maputo.

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