O sistema de saúde pública da Guiné-Bissau encontra-se parcialmente paralisado devido a uma greve geral de quatro dias iniciada ontem por enfermeiros e técnicos de assistência hospitalar.
O porta-voz da comissão da greve, Gaspar Baticã, disse à agência Lusa que a "greve tem uma grande adesão" hoje e que tudo indica que será assim nos próximos três dias.
Gaspar Baticã afirmou que, embora os médicos não tenham aderido à greve, estes se mostraram solidários com as reivindicações dos enfermeiros e técnicos da saúde que reclamam sobretudo o pagamento de um conjunto de subsídios e promoção na carreira.
"Os médicos não estão de greve, mas estão solidários com a nossa luta. Há serviços mínimos em todos os departamentos de todos os hospitais e centros de saúde", observou o sindicalista.
Gaspar Baticã sublinhou que a "greve vai durar os quatro dias" uma vez que "não existem sinais de entendimento" entre o SINETSA (sindicato nacional de enfermeiros), STS (sindicato de técnicos da saúde) e o Governo.
"Estivemos a conversar com o Governo, com o ministro da Saúde e a sua equipa, durante dois dias seguidos mas não concordámos em nada. Para nós existem três condições inegociáveis para o levantamento da greve", disse Baticã.
"Primeira condição, pagamento de seis meses de subsídios de vela e de isolamento; segunda, pagamento de salários aos enfermeiros recém-formados; e, última condição, alteração de letras aos quadros da saúde", enumerou o porta-voz da comissão da greve.
De acordo com Gaspar Baticã, os funcionários da saúde pública não beneficiam de promoção na carreira praticamente há mais de 20 anos.
"Um técnico de saúde recebe o mesmo salário durante vários anos. Isso não pode continuar. São estas questões que queremos ver resolvidas de uma vez por todas", disse o sindicalista.
A comissão da greve promete fazer um ponto de situação sobre a adesão à paralisação ainda hoje.
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