Lisboa - A comunidade guineense em Portugal promove no domingo, em Lisboa, um encontro para debater a situação na Guiné-Bissau após o golpe militar de 12 de Abril, iniciativa que, segundo a organização, contará com a presença dos governantes depostos, anunciou a Lusa.
No encontro, que se realiza na Aula Magna, participam ainda elementos da Frenagolpe (coligação de partidos e organizações sociais que contestam o golpe de Estado), disse à agência Lusa José Alage Baldé, coordenador do recém-criado Fórum da Diáspora para o Diálogo e Desenvolvimento da Guiné-Bissau.
"O nosso objectivo é congregar toda a comunidade na diáspora para, através do diálogo, sermos interlocutores na resolução dos diferentes e sucessivos problemas que vão assolando a nossa terra. Como elementos da Frenagolpe estão em Portugal, resolvemos promover um encontro com a comunidade guineense para falarmos com eles", explicou José Baldé.
Considerando que por "estarem no terreno", os elementos da Frenagolpe são os "interlocutores por excelência" para responder às perguntas da comunidade, José Baldé defendeu a oportunidade da realização deste encontro, para o qual foram convidados elementos das comunidades guineenses de França, Espanha,Bélgica, Luxemburgo, Alemanha, Inglaterra e Cabo Verde.
"Temos ideias comuns e queremos paz e democracia para a Guiné-Bissau, por isso o nosso objectivo fundamental é, através do diálogo, conseguir a paz para a Guiné-Bissau", sublinhou.
José Baldé disse ainda que o Presidente interino, Raimundo Pereira, e o primeiro-ministro e vencedor da primeira volta das eleições presidenciais, Carlos Gomes Júnior, afastados do poder pelo golpe militar de 12 de Abril, já confirmaram a presença no encontro.
"Estamos a tentar dialogar e entender melhor o que aconteceu", disse José Baldé, adiantando que não foi endereçado nenhum convite às autoridades actualmente no poder na Guiné-Bissau devido "a dificuldades em saber com quem conversar".
A Guiné-Bissau tem um Governo e um Presidente de transição, mas a maioria da comunidade internacional não reconhece as atuais autoridades saídas do golpe.
A CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental) é a única instância internacional que apoia as actuais autoridades de transição.
O Presidente e o primeiro-ministro depostos estão em Portugal.
O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) indica no seu relatório estatístico de 2010 que no país residem legalmente 19.817 cidadãos guineenses, mas fontes da comunidade estimam que vivam em Portugal entre 35 mil a 40 mil guineenses.
VALSA AFRICANA
ResponderEliminarBaque, baque, baque...
O canto das batidas
Nos pilões.
Garças brancas andorinhas coloridas
Jagudis negros
Verdura humida terra vermelha baque baque
Sol rubro
Poentes alaranjados
Baque baque...
Mulheres com peitos soltos
Esmagam dendê ao titmo de batucada
Pescadores com tanga volteiam volteiam redes
Ao ritmo do som nos pilões
Baque, baque, baque.
Valsa do esforço e do trabalho ritmado
Nos muscúlos ressequidos
Das velhas
E bajudas despreocupadas
Roendo cajú
Baque, baque, baque
Valsa de pés negros
Calçando solos de
Pedra e lama
Das bolanhas
Se entrelaçam amantes
Na valsa do trabalho