terça-feira, 31 de julho de 2012

Guineenses no estrangeiro reúnem-se no domingo em Lisboa para discutir situação política

Lisboa - A comunidade guineense em Portugal promove no domingo, em Lisboa, um encontro para debater a situação na Guiné-Bissau após o golpe militar de 12 de Abril, iniciativa que, segundo a organização, contará com a presença dos governantes depostos, anunciou a Lusa.  

No encontro, que se realiza na Aula Magna, participam ainda elementos da Frenagolpe (coligação de partidos e organizações sociais que contestam o golpe de Estado), disse à agência Lusa José Alage Baldé, coordenador do recém-criado Fórum da Diáspora para o Diálogo e Desenvolvimento da Guiné-Bissau. 

"O nosso objectivo é congregar toda a comunidade na diáspora para, através do diálogo, sermos interlocutores na resolução dos diferentes e sucessivos problemas que vão assolando a nossa terra. Como elementos da Frenagolpe estão em Portugal, resolvemos promover um encontro com a comunidade guineense para falarmos com eles", explicou José Baldé.  

Considerando que por "estarem no terreno", os elementos da Frenagolpe são os "interlocutores por excelência" para responder às perguntas da comunidade, José Baldé defendeu a oportunidade da realização deste encontro, para o qual foram convidados elementos das comunidades guineenses de França, Espanha,Bélgica, Luxemburgo, Alemanha, Inglaterra e Cabo Verde.  

"Temos ideias comuns e queremos paz e democracia para a Guiné-Bissau, por isso o nosso objectivo fundamental é, através do diálogo, conseguir a paz para a Guiné-Bissau", sublinhou.  

José Baldé disse ainda que o Presidente interino, Raimundo Pereira, e o primeiro-ministro e vencedor da primeira volta das eleições presidenciais, Carlos Gomes Júnior, afastados do poder pelo golpe militar de 12 de Abril, já confirmaram a presença no encontro.  

"Estamos a tentar dialogar e entender melhor o que aconteceu", disse José Baldé, adiantando que não foi endereçado nenhum convite às autoridades actualmente no poder na Guiné-Bissau devido "a dificuldades em saber com quem conversar".  

A Guiné-Bissau tem um Governo e um Presidente de transição, mas a maioria da comunidade internacional não reconhece as atuais autoridades saídas do golpe.  

A CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental) é a única instância internacional que apoia as actuais autoridades de transição. 

O Presidente e o primeiro-ministro depostos estão em Portugal.  

O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) indica no seu relatório estatístico de 2010 que no país residem legalmente 19.817 cidadãos guineenses, mas fontes da comunidade estimam que vivam em Portugal entre 35 mil a 40 mil guineenses.

1 comentário:

  1. VALSA AFRICANA
    Baque, baque, baque...
    O canto das batidas
    Nos pilões.
    Garças brancas andorinhas coloridas
    Jagudis negros
    Verdura humida terra vermelha baque baque
    Sol rubro
    Poentes alaranjados
    Baque baque...
    Mulheres com peitos soltos
    Esmagam dendê ao titmo de batucada
    Pescadores com tanga volteiam volteiam redes
    Ao ritmo do som nos pilões
    Baque, baque, baque.
    Valsa do esforço e do trabalho ritmado
    Nos muscúlos ressequidos
    Das velhas
    E bajudas despreocupadas
    Roendo cajú
    Baque, baque, baque
    Valsa de pés negros
    Calçando solos de
    Pedra e lama
    Das bolanhas
    Se entrelaçam amantes
    Na valsa do trabalho

    ResponderEliminar