OS militares guineenses são a principal causa da instabilidade na Guiné-Bissau, acusou ontem Mamadu Jaló Pires, Ministro dos Negócios Estrangeiros do Governo reconhecido pela comunidade internacional. Ele falava momentos após um encontro de cortesia com o chefe da diplomacia moçambicana, Oldemiro Balói.
Em declarações à Imprensa, Mamadu disse que a instabilidade que dura há 14 anos é causada pelos militares, condicionando a vida da população. “Hoje, na Guiné-Bissau não há liberdade de expressão, não há liberdade de opinião”, afirmou Pires.
O ministro do Governo deposto, entretanto reconhecido pelas Nações Unidas, União Africana e Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), espera que esta última, agora sob presidência de Moçambique, dê mais atenção à procura de solução para a crise naquele país.
“Esperamos que Moçambique consiga aproximar as partes para que se alcance uma solução pacífíca para a Guiné-Bissau”, referiu Pires.
No mesmo dia, Oldemiro Balói recebeu o seu homólogo de S. Tomé e Príncipe. Salvador dos Ramos disse à saída da audiência com Balói que o encontro serviu para a troca de impressões sobre o estágio da cooperação bilateral entre Moçambique e S. Tomé e Príncipe.
“As nossas relações são positivas. Este encontro serviu para aprofundar a amizade entre as duas nações”, afirmou o MNE são-tomense.
A Guiné-Bissau está mergulhada numa crise política há três meses na sequência do golpe de Estado protagonizado por militares. Desde a tomada do poder em meados de Abril, os militares recusam-se a devolver o poder aos líderes democraticamente eleitos.
Mamadou Pires encontra-se exilado em Portugal juntamente com o Presidente interino, Raimundo Pereira, e o Primeiro-Ministro, Carlos Gomes Júnior.
O MNE guineense vê como solução para a crise o envio para o país de uma força internacional de manutenção da paz mandatada pela CPLP ou pelas Nações Unidas.
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