Bissau - O líder do Partido da Unidade Nacional (PUN) defendeu hoje que a Guiné-Bissau perdeu a sua soberania "já que os guineenses preferem deixar que os outros decidam" o rumo que o país deve tomar.
Idrissa Djaló, que falava em conferência de imprensa para marcar a posição do seu partido, sem representação parlamentar, sobre o momento político da Guiné-Bissau, teceu duras críticas aos autores do golpe Estado de 12 de Abril passado, responsabilizando os militares e os políticos pela "situação de caos em que se encontra o país".
"Hoje, a Guiné-Bissau está num caos. Dirige-se perigosamente para o abismo, para ser considerado um Estado pária. O mais grave nisto tudo é que o país está dividido e a própria comunidade internacional está também ela dividida sobre o problema da Guiné-Bissau", argumentou Djaló.
Para o líder do PUN, os problemas da Guiné-Bissau e as propostas de soluções aos mesmos "são discutidos fora do país", através de posicionamentos estratégicos de organizações internacionais.
E nós os guineenses qual é a nossa lógica para a resolução dos nossos problemas?", questionou o político.
Idrissa Djaló propõe soluções "radicais" para atacar os problemas da Guiné-Bissau, que disse, ficaram agravados desde o último golpe de Estado.
"Acabar com o actual governo de transição e formar um novo governo integrado por tecnocratas, instituir um tribunal Ad-hoc para julgar todos os crimes de sangue ocorridos no país desde 1973 e elaborar um roteiro, de verdade, que será apresentado aos parceiros internacionais ", observou Djaló.
Para Idrissa Djaló, a continuar assim "qualquer dia não seria de se admirar que um sargento se levante e faça um novo golpe de Estado", colocando no seu governo de transição pessoas da sua confiança.
"Há muitos jovens que estão a regressar dos estudos, que não se revêm neste estado de caos mas que querem ver este país a caminhar no rumo certo, é nestes jovens que deposito a minha esperança", enfatizou Djaló.
O golpe de Estado de 12 de abril foi protagonizado por militares que destituíram o Presidente interino, Raimundo Pereira e o primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior. Ambos vivem agora em Portugal.
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