O ministro dos Negócios Estrangeiros do governo Ilegítimo de transição da Guiné-Bissau, Faustino Imbali, disse hoje que as atuais autoridades "têm toda legitimidade" para representar o país na cimeira da CPLP, em Maputo, capital de Moçambique.
Em declarações em Bissau, Faustino Imbali respondeu às recentes declarações do primeiro-ministro deposto Carlos Gomes Júnior, em Paris, França, segundo as quais é ele (Carlos Gomes Júnior) que deve representar a Guiné-Bissau na cimeira da Comumidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), em Maputo.
O chefe da diplomacia guineense disse que as atuais autoridades de transição ainda não receberam qualquer convite formal da CPLP, mas mesmo assim acreditam que estarão na cimeira "até porque este governo é legal".
"Já disse em várias ocasiões que este governo é legal, é um governo produto da comunidade internacional, é um governo que controla a fronteira e garante a soberania nacional. É este governo, liderado pelo engenheiro Rui de Barros, que dirige o país, é este governo que cobra os impostos da república e paga salários aos funcionários públicos. É um governo que é fiscalizado pelo parlamento guineense", observou Faustino Imbali.
"Este governo é o que representa o país nas organizações internacionais, acredita os embaixadores, portanto nesta ótica não vejo a razão para este Governo não participar na cimeira de Maputo", acrescentou ainda Imbali.
O responsável pela diplomacia guineense disse também que as atuais autoridades não estão preocupadas sobre quem ira representar o país, se o primeiro-ministro ou se o Presidente de transição. Apenas aguardam pelo convite para decidir.
"Dependerá do convite. Porque a cimeira terá três momentos. Tem um encontro dos pontos focais da CPLP - que já recebeu o convite e que deve partir ainda hoje para Maputo -, depois a conferência dos ministros dos Negócios Estrangeiros e depois a cimeira em si", esclareceu Imbali.
O chefe da diplomacia guineense adiantou que o país conta com a CPLP, como um irmão,porque se há organização que conhece bem os problemas da Guiné-Bissau é a CPLP, que os conhece desde os primórdios da luta de libertação nacional até hoje.
Sem entrar em detalhes sobre o que se passou na Guiné-Bissau nos últimos anos, Imbali referiu o conflito na Síria, onde são mortas entre 30 a 40 pessoas por dia, e apesart disso a comunidade internacional está a dialogar com o regime.
Acrescentou que no caso da Síria, a comunidade internacional mandatou um emissário de alto nível (Koffi Anan), para dialogar com o regime sírio, em vez de abandonar o país.
"Eu não vejo porque é que a CPLP rejeitaria esta oportunidade de falar com as autoridades da Guiné-Bissau sobre a melhor forma de fazer sair o país de crise. São estas mensagens que queremos transmitir na cimeira de Maputo", disse.
"Queremos dizer aos colegas da CPLP que este Governo não é produto de um golpe de Estado, talvez a consequência dele. Este Governo é produto da comunidade internacional, através da CEDEAO (Comunidade Económica de Estados da África Ocidental), como todos nós sabemos", sublinhou Faustino Imbali.
Sobre a posição da Guiné-Bissau quanto ao pedido de adesão da Guiné-Equatorial na CPLP, Imbali adiantou o país apoia.
"A Guiné-Bissau apoia a entrada da Guiné-Equatorial na CPLP por três razões: A Guiné-Equatorial é membro observador desde 2004, fez progressos em termos das condições que a CPLP lhe tinha imposto e adotou o português como língua oficial. Com estes requisitos e tendo em conta o próprio pedido da Guiné-Equatorial, baseado em fatores culturais mais do que aspetos políticos, acho que a Guiné-Equatorial devia ser admitida", concluiu o governante guineense.
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