Bissau, 19 jul (Lusa) - A FRENAGOLPE, uma organização que junta associações contra o golpe de Estado de abril na Guiné-Bissau, felicitou hoje a CPLP por ter convidado os dirigentes depostos para a cimeira de sexta-feira, em Maputo.
A CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa) reúne os chefes de Estado e de governo na sexta-feira em Maputo, Moçambique, mas não convidou os dirigentes de transição da Guiné-Bissau, porque não os reconhece. A representar o país estará Raimundo Pereira, o Presidente interino deposto a 12 de abril passado.
Em comunicado divulgado em Bissau, a FRENAGOLPE (Frente Nacional AntiGolpe) considera que a CPLP "teve um papel ímpar" e foi coerente nos seus princípios ao rejeitar "liminarmente a participação do governo de transição e do seu Presidente 'cedeaoistas'-golpistas, por serem ilegítimos".
"A CPLP mostrou aos golpistas que não estará para facilitar", diz o comunicado da FRENAGOLPE, uma entidade que junta, refere, meia centena de organizações civis, políticas, sindicatos, juventude e mulheres.
A CPLP integra Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, Timor-Leste e São Tomé e Príncipe.
Criada após 12 de abril, a FRENAGOLPE exige "a restauração do Estado de direito democrático e o retorno à ordem constitucional no país, ou seja a reposição do governo eleito do PAIGC" (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde), no poder até ao golpe de Estado.
A organização exige também a continuidade do processo eleitoral da segunda volta das eleições presidenciais. O golpe deu-se na véspera de começar a campanha eleitoral para a segunda volta. Carlos Gomes Júnior, do PAIGC e primeiro-ministro, tinha ganho a primeira.
"A insatisfação é enorme, pelo que apelamos à reposição da ordem constitucional, e que seja garantido o regresso imediato ao país de Carlos Gomes Júnior, primeiro-ministro da Guiné-Bissau", diz o comunicado.
Lusa
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