A situação na Guiné-Bissau constituiu «a grande frustração da presidência angolana» da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), reconheceu hoje em Maputo o ministro das Relações Exteriores de Angola, George Chicoti.
«A Guiné-Bissau constituiu a grande frustração da presidência angolana. O esforço de solidariedade que Angola e a CPLP se prontificaram a prestar à Guiné-Bissau e, designadamente, a urgente reforma de defesa e segurança falhou rotundamente, tendo ficado clara a mensagem de que os militares não consentiram em ceder voluntariamente o poder que detêm na Guiné-Bissau», afirmou George Chicoti.
Falando na sessão de abertura do conselho de ministros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), o chefe da diplomacia angolana considerou, no entanto, que durante a presidência da CPLP, Angola «deu uma contribuição apreciável para o reforço da cooperação entre os Estados-membros e, concomitantemente, para o prestígio internacional da organização».
A sessão do conselho de ministros antecede a cimeira de chefes de Estados e de Governo da IX cimeira da CPLP, marcada para sexta-feira em Maputo, na qual Moçambique assumirá a presidência da organização, em substituição de Angola.
George Chicoti elogiou, por outro lado, a disponibilidade da contribuição dos Estados-membros da organização, designadamente Portugal, por permitir superar o «sério constrangimento» de recursos financeiros para a implementação das atividades do secretariado executivo da CPLP.
Na última cimeira da organização, em Luanda, o Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, considerou que o cumprimento da «ambição de um papel de maior relevância na historia dos países deveria superar os constrangimentos orçamentais e dificuldades de natureza operativa», disse George Chicoti.
Mas o problema de instalações inadequadas «teve início de resposta na presidência angolana, pela intervenção muito forte de Portugal», considerou o governante angolano.
O orçamento para o funcionamento do secretariado executivo da CPLP deverá subir 29 por cento, para mais de dois milhões de euros, mas parte considerável dessa verba será para custear despesas da nova sede da organização, em Lisboa.
«Temos a esperança que deste Conselho de Ministros saia uma deliberação relativa ao crescimento do orçamento do secretariado», afirmou o ministro angolano, que hoje passa o testemunho da presidência do Conselho de Ministros ao seu homólogo moçambicano, Oldemiro Balói.
Falando também no encontro, Oldemiro Balói congratulou George Chicoti «pela forma sábia e esclarecedora» como dirigiu os trabalhos daquele órgão, «contribuindo para conferir um crescimento assinalável e uma maior visibilidade a CPLP nos últimos anos».
Lusa
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