Bissau - O Governo Ilegítimo de Transição da Guiné-Bissau considerou, esta quinta-feira, 12 de Julho, «contraproducente» e «anti-diálogo» a posição assumida pela Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
A CPLP indicou o Primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior e o Presidente da República Raimundo Pereira, ambos depostos a 12 de Abril por um golpe militar, para representarem o país na cimeira da organização lusófona, a ter lugar a 20 de Julho, em Moçambique.
«Lamentamos esta decisão que consideramos contraproducente e anti-diálogo», disse o Executivo, questionando sobre a legalidade da medida.
Em declarações à imprensa, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Faustino Fudut Imbali, disse acreditar que, caso a CPLP continue com esta posição, está a constituir-se um dos maiores obstáculos para a resolução dos problemas da Guiné-Bissau.
«Querer voltar à situação de 11 de Abril, para nós, é como projectar a Guiné-Bissau para uma guerra civil e este Governo não está interessado nessa situação», referiu Imbali.
O governante disse ainda não confiar que a CPLP tenha competência estatutária para indigitar representante de um Estado-membro numa cimeira.
«Temos muita responsabilidade, não queremos ser distraídos com uma questão que, com o tempo, vai ser resolvida», disse o ministro.
Interrogado sobre a presença dos dirigentes eleitos na reunião conforme defende a organização, Faustino Imbali disse que o assunto é questionável, frisando que o Governo da qual faz parte é legal, embora não haja a unanimidade de posições pela parte da comunidade internacional, tal como acontece na Síria.
O responsável pela pasta dos Negócios Estrangeiros do Governo de Transição constatou que a CPLP devia mediar a situação na Guiné-Bissau junto da comunidade internacional enquanto quem conhece de perto a situação do país.
«Actualmente, a CPLP está a posicionar-se como o maior obstáculo à estabilização total da Guiné-Bissau», frisou.
Perante o agudizar de posições entre a CPLP e o Governo saído de golpe de Estado, sobre quem deve representar Guiné-Bissau no encontro de Maputo, Faustino Imbali disse que este é um problema da CPLP, porque o seu Governo é legal.
«Lamentamos muito porque na situação em que encontra o país queríamos ter os nossos irmãos ao nosso lado», lamentou.
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