quarta-feira, 11 de julho de 2012

Advogado da família de "Nino" Vieira reclama justiça para ex-presidente assassinado

Bissau - O advogado da família de "Nino" Vieira disse segunda - feira, em Bissau, que quer ver as autoridades de transição realizarem justiça para um cabal esclarecimento do assassínio do antigo chefe de Estado guineense. 

Boucunta Diallo, advogado senegalês contratado pela mulher de "Nino" Vieira, assassinado em Março de 2009, integrou a comitiva de Amato Dansoko, conselheiro do presidente do Senegal, Macky Sall, que segunda-feira esteve de visita a Bissau durante algumas horas, sendo portador de uma mensagem de Sall para o presidente de transição guineense, Serifo Nhamadjo. 

"Estamos na Guiné-Bissau, por algumas horas, para tentar  descobrir de que forma poderemos ser úteis ao processo de transição deste país, mas também para ajudar o vosso país a encontrar caminhos para alguns problemas", disse Boucunta Diallo, ao falar para os jornalistas. 

E acrescentou: "Pensamos que o momento é propício para lançar a máquina de luta contra a impunidade, não só neste país como em toda África. Não queremos deixar um único país de África a reclamar da injustiça. A justiça chegará para todos os que a reclamam".  

De acordo com o advogado, a história da Guiné-Bissau está marcada por "vários assassínios de homens de Estado" no exercício das suas funções e a justiça "tem feito uma marcha difícil".  

"Estamos a falar de casos de homens que deram toda a sua vida para servir este país que são assassinados sem que se saiba porquê e como. A República deve fazer justiça para estes homens", enfatizou o causídico contratado pela mulher  de "Nino" Vieira dias depois do assassínio do político.  

Boucunta Diallo acredita que a Guiné-Bissau tem uma oportunidade ímpar para esclarecer a morte de "Nino" Vieira e de outros dirigentes políticos assassinados nos últimos anos.  

"A transição não é um momento para erguer a indústria, ou para criar o emprego. Quando falamos da transição significa criar instituições perenes que possam permitir que o estado de Direito seja uma realidade", notou Diallo. 

E para isso, disse, é preciso "contar com pessoas experientes, de fora, com outra visão das coisas".

Sem comentários:

Enviar um comentário