sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Cabo Verde-Apenas 20 porcento dos 8.000 guineenses residentes no arquipélago estão legalizados

Cidade da Praia - O número de cidadãos da Guiné-Bissau residentes em Cabo Verde ronda entre os 8.000 e os 10.000, mas menos de 20 porcento deles estarão legalizados, disse hoje, quinta-feira, o presidente de uma associação de guineenses na Cidade da Praia.

Os dados, segundo o presidente da Associação dos Guineenses Residentes em Cabo Verde (Asgui), Leonel Lona Sambé, são "apenas estimativas", uma vez que não há registo exacto da quantidade de guineenses que escolheram Cabo Verde para residir.

"Quando fazemos essa mesma pergunta às autoridades cabo-verdianas, estas também a fazem a nós.


E é por isso que ninguém sabe responder quantos guineenses residem em Cabo Verde. Mas estimamos que sejam à volta de 8.000 a 10.000, embora só 20 porcento estejam legalizados", referiu.

Para Sambé, a quantidade de guineenses ilegais em Cabo Verde é "elevada" e se prende com dificuldades na legalização que os emigrantes enfrentam nos países de acolhimento, neste caso, também em Cabo Verde.

Segundo o presidente da Asgui, os governos de Cabo Verde e da Guiné-Bissau estão a par da situação e já lhe manifestaram "vontade" em solucionar o problema, estando em estudo a possibilidade de as autoridades da Cidade da Praia abrirem um período de legalização extraordinário destinado unicamente aos guineenses até ao fim deste ano.

Prova disso, acrescentou Sambé, é a publicação do diploma que deu corpo a um protocolo assinado entre os dois países, durante a última visita ao país do primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Carlos Gomes Júnior, em Abril último.

Sambe salientou que a formalização oficial do protocolo foi comunicada já à ASGUI e, com ela, pretende-se facilitar a legalização de todos os guineenses que entraram no território cabo-verdiano até Dezembro de 2008.

"É uma medida do agrado da associação. Calcula-se que permita que 90 porcento dos guineenses residentes no arquipélago possam vir a ser legalizados ou obter a autorização de residência", considerou.

"Pode ser o princípio da resolução do problema da clandestinidade, bem como outros problemas enfrentados pela comunidade guineense no país, que se prendem com questões dos direitos laborais, assistência social, entre outros assuntos", acrescentou.


O processo de legalização será antecedido por um recenseamento geral para apurar o número exacto dos guineenses residentes em Cabo Verde.

Para o efeito, a ASGUI já submeteu um projecto ao governo, que decidiu, entretanto, alargá-lo a outras comunidades imigrantes.

A data do recenseamento ainda não foi definida, mas a promessa é que deve começar "muito em breve", já que o processo de legalização deve iniciar-se ainda este ano.


"A nossa comunidade, no geral, está bem integrada. Por vários factores, a começar pela língua comum, pela história e pelas raízes familiares muito próximas com a sociedade cabo-verdiana", assegurou Sambé, garantindo que, da parte das autoridades cabo-verdianas, a comunidade "tem mantido boas relações e tem sido bem tratada".

Sem comentários:

Enviar um comentário