terça-feira, 24 de novembro de 2009

Ameaça de morte contra tripulantes de petroleiro espanhol apresado desde Agosto

A Guiné-Bissau volta a estar sob fogo pelo apresamento de navios espanhóis. Depois de em Agosto ter sido denunciada a retenção ilegal de três pesqueiros no porto de Bissau, agora foi a vez de o armador de um petroleiro retido desde a mesma altura vir acusar as autoridades guineenses de terem assaltado o seu navio e atacado os tripulantes, a quem ameaçaram de morte.

O ‘Virginia G’, propriedade da empresa sevilhana Gebaspe S.L., que opera sob pavilhão panamiano, foi apresado no passado dia 21 de Agosto por uma patrulha armada quando abastecia de combustível três pesqueiros (dois das Canárias e um de Huelva). Os quatro barcos foram então levados para o porto de Bissau, com as autoridades guineenses a acusá-los de fazerem uma trasfega ilegal de combustível em águas nacionais.

Os três pesqueiros – ‘Sierra de Huelva’, ‘Febel III’ e Alfonso Riera’ – acabaram por ser libertados após pagamento de multas que oscilaram entre os 50 mil e os 100 mil euros por cada um deles, mas o dono do ‘Virginia G’ recusou pagar a multa, alegando que não cometeu qualquer delito, e levou o caso à Justiça. Um tribunal guineense aceitou a providência cautelar que apresentou e suspendeu a confiscação do navio bem como da respectiva carga, que é combustível. Porém, segundo o armador, apesar da decisão judicial os militares guineenses entraram np domingo no ‘Virginia G’, agrediram e ameaçaram de morte os tripulantes e retiraram à força o combustível.

O armador, José Gámez, denunciou o caso ao jornal espanhol ‘ABC’ e acusa as autoridades de Madrid de fecharem os olhos a uma rede de extorsão em que estará envolvido um ex-cônsul honorário da Espanha em Bissau.

O jornal ‘ABC’ estabelece inclusive um paralelo com o resgate pago aos piratas somalis pelo barco ‘Alakrana’.

EX-CÔNSUL ACUSADO DE ENVOLVIMENTO

O armador do ‘Virginia G’, José Gámez, alega que existe uma rede de extorsão a barcos espanhóis em que estará envolvido o ex-cônsul honorário de Espanha em Bissau Hamadi Busarai Emhamed. Gámez afirma que começou a desconfiar quando se apercebeu de que à frente da agência guineense Bijagós, que juntamente com a Fiscap (organismo estatal) trata das autorizações da maioria dos barcos espanhóis, estava Emhamed. É ele quem trata das autorizações e, curiosamente, é ele que surge como intermediário na libertação dos barcos.

APONTAMENTOS

ACUSAÇÃO

Militares guineenses entraram domingo no ‘Virginia G’ acusando o proprietário de venda ilegal de combustível.Continuam no navio.

SESSENTA MILHAS

O petroleiro ‘Virginia G’ e trêspesqueiros foram apresados a 60 milhas da costa da Guiné-Bissau.

ENCONTRO

O embaixador espanhol em Bissau reuniu-se ontem como capitão do navio.




Sabrina Hassanali com agências

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