Bissau - O Presidente da Guiné-Bissau, Malam Bacai Sanhá deu hoje (quinta-feira) posse ao novo Procurador-Geral da República, Edmundo Mendes, de quem disse esperar empenho e rigor, salientando a sua juventude.
"Muita dúvida paira sobre ele, até da minha parte, mas como jovem terá que demonstrar que ser jovem não significa nada. Pela responsabilidade que acabou de assumir já não é um jovem é sim um adulto", afirmou o chefe de Estado quando conferia posse ao novo Procurador-Geral.
Malam Bacai Sanhá disse ter sido obrigado pelas circunstâncias a proceder a mudanças na direcção no Ministério Público.
"Infelizmente, para poder acertar os passos, fomos obrigados a proceder a essa mudança repentina, mas também se as coisas andassem bem talvez não se justificava. O Dr. Edmundo é, na história da Guiné-Bissau, o mais novo Procurador-Geral da República e como tal terá que mostrar que os mais novos valem muita coisa", enfatizou o Presidente guineense.
"O país precisa de avançar mas para que o país avance é preciso que as instituições do Estado funcionem na medida das necessidades do país. Não podemos parar. Não pode haver meia velocidade. Não pode haver quem quer mais ou quem quer menos. Todos temos que querer tirar o país da dificuldade em que se encontra", acrescentou Bacai Sanhá ao justificar a escolha do novo Procurador, de 37 anos de idade.
“Desejo ao senhor Edmundo muita sorte e coragem, porque nesta função é preciso ter muita coragem, competência e vida", sublinhou Bacai Sanha.
"Este país tem que andar com os mais novos. Agora estamos a por em prova os mais novos. Espero que ganhem este desafio", realçou o chefe de Estado guineense.
Por seu turno, o novo Procurador, empossado na presença do Primeiro - ministro, presidente do Supremo Tribunal de Justiça, vice-chefe do Estado-Maior das Forças Armadas e alguns embaixadores, disse que tem consciência dos desafios que o esperam no Ministério Público.
"Sei que os desafios são difíceis, mas não significa que sejam impossíveis de vencer. Como sabem não gosto de perder desafios", salientou Edmundo Mendes, que até hoje ocupou o cargo de director-geral adjunto da Polícia Judiciária.
"Tenho consciência de que de facto vou herdar o Ministério Público em condições muito difíceis, mas sou quadro do Ministério Público, aliás trabalhei lá durante oito anos e vou contar com o apoio dos meus colegas, tenho a certeza de que vão me ajudar a vencer os desafios que me foram colocados", acrescentou Mendes.
O novo Procurador disse, no entanto, não ir para o Ministério Público para resolver casos de circunstância.
"Eu vou ser o Procurador-Geral da República, ou seja, alguém que vai estar à testa do Ministério Público para fazer funcionar esse órgão. Eu não sou Procurador de casos de circunstância. Vou continuar a fazer o meu trabalho sem pressões. O que me importa é moralizar a sociedade, combater a impunidade em toda a sua dimensão", defendeu.
Sobre os casos relacionados com assassínios de dirigentes políticos ocorridos em 2009, entre os quais, o ex - Presidente 'Nino' Vieira, o novo Procurador guineense disse não se pronunciar por enquanto.
"Não quero pronunciar-me sobre casos concretos, esses não deixam de ser importantes para mim, mas para mim não são indispensáveis. As minhas funções não se inscrevem apenas a esses casos", enfatizou.
"A minha função é servir o país e não servir as circunstâncias ou as diferentes forças que gravitam à volta do país", observou o novo Procurador que diz ter a coragem e a autoridade moral para levar a cabo uma luta sem tréguas contra o crime na Guiné-Bissau.
"Quem está à frente do Ministério Público deve ter coragem e ter autoridade moral", afirmou Edmundo Mendes.
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