Bissau – Ibraima Sory Djalo, presidente em exercício do Partido da Renovação Social (PRS) ameaçou incendiar a residência do Presidente da República, Malam Bacai Sanhà.
O discurso foi transmitido esta terça-feira, 30 de Agosto, por uma das estações radiofónicas da capital, depois do encontro do grupo de partidos da «Oposição Democrática», na semana passada, com a população da região de Gabú, leste do país.
O discurso inflamado de Sory Djalo surge após a recusa do Chefe de Estado em demitir Carlos Gomes Júnior da chefia do Governo, o qual continua a ser acusado pela oposição das mortes de figuras políticas ocorridas em 2009 na Guiné-Bissau.
«Este é um problema sério mas vão ser tiradas conclusões e Malam Bacai deverá assumir as suas responsabilidades. Ele está interessado em ver Bissau a arder mas já lhe disse que vamos começar pela sua própria residência», ameaçou Sory Djalo.
Na mesma ocasião, Sory Djalo qualificou de «criminoso» o Primeiro-ministro e acusou o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC, no poder) de ser «uma desgraça», uma vez que os seus deputados, segundo Djalo, serem «analfabetos que não sabem ler», o que considerou como factor de divisão entre a população da região de Gabú.
O Presidente do PRS referiu ainda a que situação da Líbia poderá vir a acontecer na Guiné-Bissau: «Chegou o momento de eles reflectirem sobre que tipo de oposição existe no mundo, o líder líbio já caiu e o Concelho Nacional de Transição tomou o poder. Se brincarem, isto poderá acontecer na Guiné-Bissau», disse Sory Djalo.
Segundo o mesmo responsável partidário, todos os apoiantes do Primeiro-ministro «vão ser envergonhados», uma vez que este vai ser afastado das suas funções: «Ele vai ser levado ao banco dos réus».
Em alusão às recentes deslocações de populares da região de Gabú a Bissau, em sinal de solidariedade para com o Governo, Sory Djalo disse que esta situação é um «acto de vergonha» para os habitantes desta zona, e interroga porque é que os habitantes de outras regiões não fizeram o mesmo. «Digam a estas pessoas para pararem com esta prática porque nenhum elemento da etnia Fula foi morto em 2009», disse.
Sory Djalo aproveitou também para desmentir as declarações do Chefe do Estado-maior General das Forças Armadas (CEMGFA) da Guiné-Bissau, António Indjai, sobre a eventualidade do Executivo terminar o seu mandato prematuramente. Segundo o presidente do PRS António Indjai terá dito que, caso seja da vontade dos militares, o Governo terminará o seu mandato em 2012.
Sobre o alegado envolvimento do Chefe do Estado Maior das Forças Armadas nas marchas da oposição, Sory Djalo desmentiu, alegando que apenas esteve em defesa deste.
O encontro de habitantes de Gabú com a Oposição Democrática contou com as intervenções de Sory Djalo do PRS, Serifo Baldé do Partido Jovem, Fernando Vaz, da União Patriótica Guineense (UPG). Durante o encontro foram proferidas críticas, insultos e denúncias sobre alegados «crimes cometidos pelo Primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior».
A Oposição Democrática da Guiné-Bissau é uma associação de partidos sem representação parlamentar, com a excepção do PRS e PRID.
Sumba Nansil
Gostei muito!!!!!
ResponderEliminarEste é meu em parceria
http://marceloaratum.blogspot.com/