Bissau - A Liga Guineense dos Direitos Humanos defende uma comissão internacional para investigar os assassínios de dirigentes políticos ocorridos em 2009, entre eles o do ex-Presidente "Nino" Vieira, disse hoje (sexta-feira) o presidente da organização, Luís Vaz Martins.
"A Liga sempre defendeu esta hipótese", lembrou Vaz Martins, em declarações à Agência Lusa e à RDP/África à margem de uma conferência de imprensa para assinalar o 20.º aniversário da criação da organização.
Em 2009, o Presidente Nino Vieira, o chefe das Forças Armadas, general Tagmé Na Waié e os deputados Baciro Dabó e Hélder Proença foram assassinados em circunstâncias que nunca foram esclarecidas.
"Vivemos momentos peculiares da história do nosso país, daí que qualquer teoria a favor da intervenção internacional na crise da Guiné-Bissau é louvável, aliás a Liga sempre defendeu isso. A Liga não defende a teoria do nacionalismo exacerbado", afirmou Luís Vaz Martins.
"Defendemos que deve haver participação da comunidade internacional porque a Guiné-Bissau não é uma ilha à parte", acrescentou o presidente da Liga.
Luís Vaz Martins comentava a tese defendida pelo líder da Aliança Democrática, Víctor Mandinga, segundo o qual apenas uma comissão internacional poderia levar a cabo inquéritos independentes para a descoberta da verdade sobre os assassínios de 2009.
Sobre a exigência de um grupo de partidos da oposição para a demissão do actual governo, o presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos diz que a sua organização subscreve a posição do Movimento da Sociedade Civil (plataforma que congrega mais de 100 organizações) segundo a qual "é preciso preservar a estabilidade" no país.
Questionado sobre a situação actual do respeito dos direitos humanos na Guiné-Bissau, Luís Vaz Martins afirmou que "a impunidade reina, com o Estado sem meios ou forças para mudar a situação", sobretudo, desde a guerra civil de 1998/99.
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