quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Comunidade islâmica guineense preocupada com mulheres que se cobrem totalmente com véu

Resultado de imagem para BurcaO vice-presidente do Conselho Nacional Islâmico da Guiné-Bissau, Alanso Faty afirmou hoje ter informado ao presidente guineense da "crescente preocupação" dos muçulmanos do país com as mulheres que se cobrem de véu "da cabeça aos pés".

O presidente guineense, José Mário Vaz, recebeu hoje em audiência uma delegação de líderes do Conselho Nacional Islâmico e Conselho Superior dos Assuntos Islâmicos que lhe foram apresentar cumprimentos pela sua investidura.

Em declarações aos jornalistas, Alanso Faty, que falou em nome das duas associações, disse terem transmitido ao chefe de Estado guineense a "crescente preocupação" da comunidade islâmica do país com o que diz serem "fenómenos novos" na Guiné-Bissau.

"Falamos deste fenómeno novo no nosso país que é as mulheres muçulmanas se taparem com roupa preta. É uma prática que não existia na Guiné-Bissau", observou o vice-presidente do Conselho Nacional Islâmico.

Nos últimos anos na Guiné-Bissau é normal encontrar nas ruas mulheres tapadas com roupa preta de cabeça aos pés. Segundo a liderança islamica guineense são mulheres oriundas da Guiné-Conacri.

Alanso Faty reconheceu existir "muita mistura" na Guiné-Bissau ultimamente, mas afirmou que a comunidade islamica não pretende ver no país situações que têm ocorrido noutros países de Africa.

"Agora há muita mistura neste país. Há gente de todas as proveniências. Há coisas boas e há também coisas más. Vimos o que se passa noutros países, coisas condenáveis, por exemplo, no Mali e na Somália, não queremos que essas coisas cheguem ao nosso país", sublinhou Faty.

O responsável destacou não ser da competência dos líderes associativos se pronunciarem sobre o fenómeno, mas disse que têm alertado as autoridades sobre os perigos que representa para a segurança do país.

"Não temos competência (enquanto associação) para proibir essas práticas, mas é um assunto que nos preocupa porque temos vindo a abordá-lo nas nossas reflexões", acrescentou Alanso Faty.

O porta-voz da comunidade islamica no encontro com o presidente guineense adiantou terem abordado também com José Mário Vaz a "problemática" da obtenção da documentação da Guiné-Bissau por cidadãos estrangeiros.

"Dissemos ao Presidente que estamos preocupados com a forma como alguns estrangeiros conseguem adquirir o Bilhete de Identidade da Guiné-Bissau. Chegam aqui de manhã, até ao meio dia já têm o Bilhete de Identidade ou Passaporte do nosso país", observou Faty.

José Mario Vaz prometeu analisar as duas preocupações com as entidades competentes ao nível do Estado guineense, salientou Alanso Faty.

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