sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Portugal envia medicamentos para a Guiné-Bissau para prevenir o Ébola

Segundo o primeiro-ministro guineense, Domingos Simões Pereira, vão ser enviadas 15 toneladas de medicamentos

Portugal vai enviar 15 toneladas de medicamentos para apoiar a Guiné-Bissau na prevenção do Ébola e outras epidemias, anunciou esta quarta-feira o primeiro-ministro guineense, Domingos Simões Pereira.

«Recebemos confirmação do Governo português da disponibilização de 15 toneladas de medicamentos para que o Ministério da Saúde esteja em condições de ter um programa de emergência e acompanhamento da situação de Ébola», bem como de outras «eventuais epidemias», referiu.

O líder do Governo falava numa conferência de imprensa após deslocações oficiais realizadas desde dia 16 de julho a Bruxelas, Díli e Lisboa.

A ajuda deve chegar ao país «nos próximos dias», acrescentou Domingos Simões Pereira depois de ter tratado do assunto com as autoridades durante a passagem pela capital portuguesa.

O envio surge depois de a Guiné-Bissau ter «lançado um SOS para reposição do "stock" de medicamentos, tendo em vista o programa de emergência para a epidemia de Ébola que assola a África Ocidental».

Questionado sobre as medidas que o país está a preparar para se defender, o líder do Governo guineense anunciou um plano de urgência «de que consta um programa de prevenção sanitária que tem merecido a atenção especial dos responsáveis na área da saúde», referiu.

«Amanhã [quinta-feira] no Conselho de Ministros teremos informação específica e detalhada de todo o programa que o Ministério da Saúde considera importante para a prevenção desse flagelo», concluiu.

Seis médicos recém-formados e dois técnicos do Ministério da Saúde Pública da Guiné-Bissau ligados à água e saneamento receberam este mês formação de cinco dias sobre a prevenção e cuidados a ter com o vírus.

A equipa está apta a deslocar-se rapidamente a qualquer parte do país para dar atendimento em caso de suspeita de contágio.
A formação foi dada por uma equipa espanhola da organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) que estava na capital guineense para lidar com temas ligados à saúde das crianças, mas ofereceu às autoridades os seus préstimos na área do Ébola.

A epidemia, surgida no início do ano, foi declarada primeiro na Guiné-Conacri, antes de se estender à Libéria e depois à Serra Leoa, dois países vizinhos que, a 23 de julho, totalizavam 1.201 casos e 672 mortes, de acordo com o último balanço da Organização Mundial de Saúde.

O vírus do Ébola transmite-se por contacto direto com o sangue, líquidos biológicos ou tecidos de pessoas ou animais infetados.
A febre manifesta-se através de hemorragias, vómitos e diarreias. A taxa de mortalidade varia entre os 25 e 90% e não é conhecida uma vacina contra a doença.

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