terça-feira, 19 de agosto de 2014

Presidente da Câmara de Bissau desmente ministro das Obras Públicas

Bissau – O Presidente de Câmara Municipal de Bissau (CMB) desmentiu que a razão do desabamento na Avenida Principal, da faixa que liga Chapa ao centro da cidade, Avenida Combatentes da Liberdade de Pátria, se deva à falta de limpeza regular dos tubos das águas ali existentes.


António Artur Sanhá afirmou que a construção da referida avenida foi feita com pouca transparência, salientando que alguém terá desviado o montante financiado para diminuir a largura da estrada ao longo de todo o traçado.

«Com todo o respeito, nós não acusamos para fugir da responsabilidade. Todos os guineenses souberam como foi feita a construção daquela estrada. O que nós sabemos através dos nossos técnicos é que quando estavam a construir a estrada mantiveram a estrutura subterrânea antiga, ou seja, não foi renovada. Hoje em dia estão a dizer que o desabamento tem a ver com a falta de limpeza por parte da CMB. Isso não corresponde à verdade, que seja responsabilizado alguém e não a Câmara» disse Artur Sanha falando numa das rádios privadas da capital.

O Presidente da Câmara de Bissau disse esperar que o novo Executivo esqueça o passado e aposte na lealdade e coragem, tendo afirmado que os guineenses gostam de falar de forma «barata» porque não são responsabilizados quando ofendem alguém como pessoa ou instituição. Esta é a razão pela qual a calúnia e difamação são usadas como «desporto» na Guiné-Bissau.

Na semana passada o ministro das Obras Publicas Construção e Urbanismo, António Cruz Almeida, disse, em conferência de imprensa, que a falta de limpeza regular dos canais causou o desabamento do local em causa.

«Aquele sítio encontra-se praticamente ao pé do mercado de Bandim. O mercado de Bandim é um sítio que fabrica muitos lixos por isso a falta de intervenção pontual na limpeza dos tubos obrigou ao desabamento», disse o governante.

De recordar que a obra de construção da Avenida dos Combatentes da Liberdade da Pátria foi suportada financeiramente pelo Banco Oeste Africano para o Desenvolvimento (BOAD), FAIR/UEMOA e o então Governo da Guiné-Bissau, chefiado por Carlos Gomes Júnior tendo como o ministro das Infra-estruturas António Cruz Almeida, actual ministro da tutela no governo de Simões Pereira.

A obra foi executada pela empresa AREZKI em 2010 e devia ter durado 13 meses mas acabou por durar 16 meses de trabalho, tendo sido inaugurada em 2011 pelo falecido Presidente da República, Malam Bacai Sanhá.

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