Plano de resposta ao vírus Ébola. Foto: Irin/Tommy Trenchard
A Organização Mundial da Saúde, OMS, lançou na sexta-feira um plano de resposta ao surto “sem precedentes” de Ébola na África Ocidental. A diretora da agência, Margaret Chan, está na Guiné-Conacri, reunida com presidentes das nações afetadas.
Desde março, foram confirmados mais de 1,3 mil casos na Guiné-Conacri, Libéria e Serra Leoa, sendo que 729 pessoas morreram, ou mais de metade dos infectados. Na Nigéria houve um caso e o paciente não sobreviveu.
A Guine-Bissau já está a agir para evitar o Ébola, como declarou à Rádio ONU o primeiro-ministro do país. De Bissau, Domingos Simões Pereira disse que está em vigor um plano de informação para as comunidades.
“A segunda medida passou por identificar mecanismos de triagem e poder realmente dotar essas unidades dos medicamentos necessários para o tratamento em caso de pessoas com identificação (do ebola). A nossa cooperação com vários países, mas sobretudo com Portugal, resultou na oferta de um lote de medicamentos para repor nossos estoques e permitir que, havendo o registro de algum caso, se possa atacar essa situação.”
Resposta
O plano de resposta da OMS tem o valor de US$ 100 milhões, como parte de um esforço internacional para controlar o vírus Ébola. Chan declarou que “o nível do surto e a ameaça persistente que ele representa” requer que a agência e as nações afetadas levem a resposta ao vírus a um novo nível.
Um objetivo é enviar, com urgência, centenas de funcionários humanitários e de saúde aos países da África Ocidental, principalmente médicos, enfermeiros, epidemiologistas e gerentes de dados.
Nações Vizinhas
Outra estratégia do plano é colocar um fim à transmissão do Ébola por meio de medidas de controlo e prevenir que o vírus se espalhe para outros países vizinhos.
Viagens
O plano da OMS também destaca a importância da vigilância, especialmente nas fronteiras. Na quinta-feira, a Organização Internacional da Aviação Civil, Icao, informou que está a trabalhar com a OMS para identificar os riscos de transmissão durante viagens aéreas.
Mas segundo as agências, nenhuma restrição de viagem ou de negócios é necessária por enquanto, já que o risco de uma pessoa ser infectada apenas porque visitou uma área afetada é muito baixo.
Cuidados
O Ébola surgiu em 1976, no Sudão e na República Democrática do Congo e o índice de fatalidade pode chegar a 90%. A OMS explica que o vírus é transmitido por animais selvagens, como chimpanzés, gorilas e antílopes, sendo que o morcego da fruta é considerado o hospedeiro natural.
A transmissão ocorre a partir do contato com sangue, secreções ou outros fluidos corporais de animais infectados. A transmissão entre humanos também é feita por contato direto.
Os sintomas incluem febre alta, fraqueza intensa, dores musculares, de cabeça e de garganta. Na sequência, ocorrem vômito, diarreia e deficiência nos rins e no fígado, além de hemorragia interna.
Os pacientes com Ébola precisam de cuidados intensivos urgentes e ainda não há tratamento específico ou vacina para animais ou humanos. Um homem pode transmitir o vírus pelo sêmen até sete semanas depois de ter sido curado.
Com informações da Rádio ONU em Nova York
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